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Ai teka (Tectona grandis)

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Bainhira Ita pasiar kona tassi-mane Ita sei haré ai boot ho tahan boot tebes. Ita haré ai teka (Tectona grandis) ka ai tahan mean. Ai ne’e gosta tasi-mane nia rai, tanba nia bele sai boot ninia abut sira. Nia hakarak liu rai aas ho barak fertilidade. Mós klima tassi-mane nian diak liu atu kuda ai-teka: klima tropikal manas ho kiik bailoron, to’o 1300 m . Nia mai hosi rai Sudeste Asiátiko : Índia, Birmânia, Tailândia ka Vietnam. Uluk missionáriu sira hodi ona ai teka ba Timor.
Ai teka sai boot até 25-50 m. Tahan monu durante bailoron. Ai-sanak ho ai-funan to’o 40 cm. Barak ai-funan kiik kor kinur-mutin ho ponto rosa. Ai-Teka nia aifuan hanessan drupa cilíndrica kor kafé. Ida-ida ai-fuan heli musan haat Ai kor mean nabilan furak tebes. Europa no Améria sosa barak ai atu halo kadeira, meza, no ekipamento ba jardin, tanba udan la halo aat ba teka. Ninia célula sira halo síntese tectoquinona, substansia química sara netik bé. Tahan ben fo kor mean ba hena. Ita bele mos kuda ai-teka iha jardin tanba ninia tahan sira fo mahan boot.
Principal país katak exporta ai-teka: Birmânia, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnam, Indonésia, Camarões, Nigéria no Brasil.


Tecas na floresta primária de Loré

Kuda ai-teka la susar. Atu kuda hectare ida Ita presiza kilu haat ai-fuan. Ami la bele haketak musan hosi ai-funan. Ita tenke luku funan iha mota kiik durante 24-48 oras. Depois Ita hakoi funan iha substracto ho rai-henek no kompostu. Tiha-ona Ita haroo no taka ho plastiku metan durante 96 oras. Ita sei muda ai-teka kiik ba saku ka vaso ho rasik substractu. Kuandu planta to’o 3-4 fulan Ita bele kuda sira iha to’os bainhira komesa baiudan. Distansia klaran ai-teka: 3 x 2 m.
Sei hanali aihoris atu bele ai diak. Ema hanali sanak sira iha balun okos ai-teka nian (foto).


Teca depois de feita a poda de formação (Brigada Agrícola de Gleno)

Iha Timor-Leste, hanessan distrito Viqueque, to’os-na’in tenke hamenus numer ai-teka iha hectare atu ai-teka sai boot diak liu.


Viveiro de tecas em Triloka (Baucau)


Tecidos em seda corada com seiva de teca (à direita). Fábrica de seda de Triloka, Baucau.

Palmeiras de Timor: a tuaqueira (Arenga pinnata)

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Já nos referimos anteriormente à tali metan (tali negra), como uma das "árvores" providenciais de Timor Leste. Dá muito, em troca de nada. As fibras negras que envolvem o espique, o gamuti, e que os timorenses usam na cobertura das casas tradicionais, também eram usadas pelos navegadores nas cordas das embarcações, sendo uma das fibras que mais resiste à água do mar. Há notícias de plantações destas palmeiras em Malaca exclusivamente para este fim. Mas a tali metan dá sobretudo a tuaca, a sua seiva, que é um líquido doce e com algum álcool, que se bebe mesmo sem fermentar. Destilando a tuaca obtém-se a tua sabu, uma aguardente. Por acidificação acética a tuaca transforma-se em tua sin, um vinagre. Mas a partir da tuaca também se obtém o famoso açúcar de palma, que já referi na publicação anterior, muito consumido em todo o sudeste asiático. E tudo isto a partir de uma planta que em Timor raramente é cultivada.
Mas o mais interessante é observar a forma engenhosa como os timorenses sangram as tali metan e fazem canalizar a seiva através de bambús para dentro de depósitos plásticos. Na foto de baixo, podemos ver uma destas árvores "canalizadas" e que eu encontrei num dos meus muitos passeios por Dare e pelos seus palmares de talis metan.
Seria importante estudar a utilização deste vinagre de palma de Timor Leste, facilmente produzido pelos agricultores, na conservação de alimentos, à maneira dos pikles.

Sândalo: o petróleo verde de Timor.

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Nomes vulgares do sândalo
Tétum: ai-kameli
Inglês: sandalwood, sandal tree
Português: sândalo, sândalo branco
Indonésio: cendana

O sândalo é uma árvore de folha perene e que pode crescer até aos 20 m. Tem casca castanha escura, encarniçada, por vezes quase negra. As árvores novas apresentam a casca lisa mas nas velhas surgem rasgos mais ou menos profundos. As folhas são ovais a ovais- elípticas, verde brilhante e sem pêlos. As flores são pequenas e vermelhas ou violetas e sem aroma. O fruto é uma pequena drupa com cerca de 1 cm de diâmentro, vermelha, quase negra quando completamente madura. No centro encontra-se um caroço ou semente.
O borne ( a zona do tronco que está sob a casca) é branco, leve e sem cheiro. O cerne é amarelo claro e fortemente aromático. A madeira tem grão fino, sem desenhos nem brilho.



Sândalo: raminho com folhas e frutos (foto do autor)

Distribuição geográfica
O sândalo é uma espécie de árvores com origem em Timor. Pertence à divisão Magnoliophyta do reino das plantas, à classe Magnoliopsida , à ordem das Santalales e à família das Santalacea. São árvores da mesma classe da das magnólias.
Encontraram-se já mais de 50 espécies de sândalos.
Hoje em dia o Santalum album existe em estado selvagem ou plantada em muitos países asiáticos: China, Índia, Indonésia, Filipinas, Austrália. Também nas ilhas do Oceano Pacífico se planta esta e outras espécies de sândalo. Na Índia, a área ocupada pela espécie espontaneamente encontra-se em expansão e a maior parte do óleo produzido é feito a partir destes exemplares selvagens. Na Austrália cultiva-se o S. album e o S. spicatum. Na Indonésia, tal como em Timor-Leste, o sândalo sofre com os incêncios florestais, a exploração excessiva, o sobrepastoreio e a agricultura itinerante, encontrando-se as populações naturais seriamente ameaçadas.



Sândalo adulto (foto do autor)

Exigências ecológicas
É uma planta que se encontra principalmente nas florestas de folha caduca das zonas tropicais do sul da Ásia. A planta é parasita e por isso precisa de uma árvore hospedeira que lhe forneça os principais sais minerais.As aves são essenciais para espalharem as sementes na natureza.
É uma espécie exigente em luz e que facilmente é dominada e eliminada pelas outras árvores de crescimento mais rápido.
Em Timor surge nas encostas mais secas e próximas do mar, até aos 1200 m. Nestas zonas a precipitação média anual é inferior a 1500 mm, e a duração da estação seca pode ultrapassar os 6 meses.


Ravinas do Subão. Um bom local para plantar sândalo e ai-kafé.(foto do autor)

Utilizações
A madeira é usada em mobiliário e no artesanato, em objectos artísticos e de adorno. Usa-se a serradura para fazer paus de incenso. Extrai-se o óleo por destilação, fervendo-se a madeira em caldeiras. Este óleo é depois usado em perfumaria e no fabrico de medicamentos. Na Índia é usado desde a Antiguidade no fabrico de imagens religiosas, em paus aromáticos e na cremação dos indivíduos das castas mais altas. Os povos da Insulíndia usavam untar o corpo com uma pasta à base de serradura de sândalo.
Cultiva-se nos jardins, como planta ornamental.

Cultivo do sândalo
O sândalo pode ser usado muito eficientemente em sistemas agro-florestais. Ruy Cinatti recomenda mesmo o seu cultivo nas hortas de Timor Leste, em associação com o milho. Isto porque o sândalo é uma árvore pequena e que faz pouca sombra às culturas do sob-coberto.

Recolha das sementes
Para se recolher as sementes de sândalo devemos esperar que os seus frutos fiquem bem maduros, isto é quando a sua cor passa a azul escuro (ver foto). A polpa do fruto deve ser retirada rapidamente esfregando-os contra a rede de uma peneira ou passador. De seguida seca-se a semente. Se possível aplica-se um fungicida como o Benlate. Guarda-se a semente num local fresco e seco, nunca dentro de um saco de plástico, onde lhes faltaria oxigénio. Na parte de baixo de um frigorífico pode aguentar-se um ano.

Sementeira
Para semear usa-se uma caixa com uma mistura de areia e matéria orgânica bem decomposta, como por exemplo, o húmus que encontramos sob as folhas de baixo das árvores. Antes de enterrar a semente podemos esfregá-la um pouco contra uma lixa fina, de modo a facilitar a entrada de água e acelerar a germinação. Esta operação não pode atingir o interior da semente e o embrião. Coloca-se depois a semente no solo de modo que um terço fique de fora. A germinação pode levar 10 dias ou mais. Mantenha-se o solo húmido mas não encharcado, e num local fresco.

Emergência
Após a emergência, transfere-se cuidadosamente a plantinha para um pequeno vaso ou saco. Ao mesmo tempo plante outra planta com o sandalozinho. Este desenvolverá as suas raízes juntamente com as da companheira, começando a extrair desta muitos dos nutrientes de que precisa. A planta companheira deverá ser preferencialmente dos géneros Capsicum (ai-manas, pimento), Altenanthera, Lantana câmara ou Desmodium.
As plantas devem ser mantidas à sombra durante várias semanas, sem nunca se lhes faltar com a rega. Os vasos devem ser suficientemente grande de modo a evitar que as raízes se enrolem e enovelem. Quando chegam aos 30 cm de altura, cerca de 8 meses depois da sementeira, os sândalos estão prontos para serem plantados.

Plantação
As árvores mais valiosas, isto é, de madeiras mais ricas em óleos odoríferos, desenvolvem-se nos solos mais secos e delgados, sujeitos a secas, e onde beneficiam de alguma sombra de árvores mais altas, que também os ajuda a crescerem direitos e ramificarem pouco. Nos solos mais ricos, como os das várzeas das ribeiras, o sândalo desenvolve-se luxuriantemente mas acumula pouca madeira e pouco óleo.
O sândalo pode ser plantado numa horta, ou então em plantações com compasso de 5 x 5 m. O gado adora comer as folhas dos sândalos, por isso devemos vedar o terreno convenientemente. Entre os sândalos devem-se plantar árvores leguminosas como a leucena ou ai-café (que dá folhas e vagens para o gado), a tephrosia, a albizia (ai-samtuco, Paraserinates falcataria), a turis (Sesbania spp), acácias (a Acácia mangium ,por exemplo, uma boa espécie para a produção de madeira). Também a casuarina ou ai-kakeu, que também fixa azoto e dá lenha para a cozinha, e já se usa em Timor para dar sombra aos cafézeiros, é adequada. A plantação ficará finalmente com um compasso de 2,5 x 2,5 m.
Abrem-se covas com 40x40x40 cm. Regam-se os sândalos ainda envasados para facilitar a saída do torrão, Quando em sacos, cortam-se estes para facilitar a saída da planta. Planta-se depois com o máximo de cuidado procurando não desfazer o torrão, e coloca-se a terra em volta com cuidado. Fazer a limpeza das ervas todos os anos, com enxada ou catana. Na época seca regar uma vez por semana, enquanto a raiz das árvores não se desenvolver completamente.
Ruy Cinatti defendia a sementeira directa no terreno. Neste caso as espécies hospedeiras já devem estar bem desenvolvidas.


Ovinicultura em Baucau. O gado e os sândalos jovens são incompatíveis.(foto do autor)

Manutenção
As árvores devem ser mantidas livres de infestantes . Procede-se à poda de formação, tal como no caso da teca (ver foto na publicação anterior), usando uma tesoura de podar ou serra bem afiada, e fazendo cortes bem rentes ao tronco principal, desramando o terço inferior da árvore.


Vedação feita de Cactos em Laga. Simples e funcional.(foto do autor)

Colheita
O sândalo pode ser colhido entre o 18 e os 30 anos. O fendilhamento da casca é considerado um bom indicativo de que a árvore pode ser cortada. Todavia as árvores maiores e mais velhas produzem muito mais óleo e são muito mais valiosas. Na colheita arrancam-se também as raízes principais, que são ainda mais ricas em óleo. As árvores de 30 anos produzirão cerca de 50 kg de lenho, com 4-10% de óleo. Depois dos 15 anos um sândalo acumula 1 kg de lenho por dia.


Tephrosia: raminho com flores e vagens (foto do autor)

Replantação
Se bocadinhos de raízes ficarem agarrados à terra, a árvore regenera-se facilmente por rebentação. Mas, geralmente, esta segunda árvore desenvolve-se pouco. Assim o melhor é replantar, usando sementes das melhores árvores . Muitos agricultores ficam nas suas hortas com muitos sândalos que nascem a partir das sementes dos sândalos adultos. Pode fazer-se um desbaste, sendo as plantas em excesso arrancadas com a raiz e se possível com o torrão de terra envolvente, envasadas, e vendidas no mercado a outros agricultores.

Excerto do folheto “Eu aposto no sândalo” da Cooperação Agrícola Portuguesa em Timor (2006):

Timor Leste ai kameli no floresta
Ai ho ema, floresta ho sosiedade sempre iha ligasaun ba malu.
Timor Leste naran bo’ot no nia historia floresta nian, liu-liu ho ai Kameli. Historia rai ida ne’e nian iha ligasaun ho Ai Kameli nia morin.

Desflorestasaun nebe acontese ona iha Timor Leste, sei sai hanesan difikuldade bo’ot ida ba Timor oan tomak iha futuro.


Ai kakeu bele fo mahan ba ai kameli. Iha ne'e ai kakeu iha Leksala (letfoho) fo mahan ba kafé. Ai kakeu diak tamba fo sunu ai maran no fo nitrogénio ba rai.
As casuarinas também fixam azoto. Aqui , em Leksala, também dão sombra ao café.
(foto do autor)

Tamba se laiha floresta sei laiha:
- Bé ho qualidade no quantidade;
-Rai nia bokur;
- Ai hodi halo uma ka konstusaun;
- Ai hodi sunu;
- Ambiente nebe mak diak;
- Seguransa ai-han nian.

No tamba floresta hanesan rekurso importante ida, nebe ita bele renova fila fali (rekurso renovável), entaun mai ita hamutuk halo fila fali Timor Leste hanesan nasaun floresta ida.
Jovens sira iha nasaun foun ida ne’e, maka sei konserva floresta nebe sira nia inan ho aman husik hela no kuda fila fali ai oan atu sai hanesan floresta ba sira nian oan.

Oin Sá maka hau bele ajuda floresta Timor Leste ?

Ita ema ida-idak bele ajuda floresta iha Timor Lese se:
- Proteze no konserva ita nian floresta;
- Kuda ai horis;
- Kuidado no fo tempo ba ai oan sira atu moris;
- Konserva ai nebe iha valor hanesan Ai Kameli, Ai Na, Ai Besi, Ai Teca, Ai Mahoni no ai sira seluk tan
- Labele sunu floresta (ai laran);
- Sunu ai maran tuir necessidades;
- Hamenus halo to’os nebe muda ba mai

Oin sa atu kuda Ai Kameli ?

- Ke’e rai kuak ho nia luan 40 cm, naruk 40 cm no klean 40 cm ;
- Rega atu bele facilita rai iha plastiko laran la rahun wain hira hasai ai oan atu kuda. Koa plastiko no hasai ai oan ho rai kafuak hosi plastiko
- Kuda ho didiak (kuda ho kuidado)
- Tau rai ba koak ho didiak
- Kuda Ai Kameli ho distansia 2,5 m ho Ai Kamei ida seluk no iha Ai Kameli sira nian klaran kuda hospedeiro (ai nebe fo suporta ba Ai Kameli)
- Hamos duut sira nebe besik iha Ai Kameli oan sira
- Iha tempo bai loron, rega semana ida dala ida

Se precisa informasaun, ruma kontakto ho:

Programa de Apoio ao Desenvolvimento rural em Timor Leste
Cooperação Agrícola Portuguesa. Caicoli – Dili

Ministério da Agricultura , Florestas e Pescas. Caicoli –
Dili

Bibliografia
Reconhecimento de Timor. Ruy Cinatti, 1950.
Pacific Agroforestry-An information kit. CTA, 1999.

NU : utilizasaun ida loron-loron

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O COQUEIRO: uma utilização para cada dia do ano

Nu (Cocos nucifera) planta ida mak mae ona hosi Polinésia. Nune’e iha Polinésia no Nova Guiné ema hatetene “niu. Iha Ilhas Cook ema hatetene mos “nu”. Hosi Polinésia, ema lori ona nu ba Ásia, Áfrika no Amérika sira. Durante sira nia viajen Portugal oan hare ona nu iha Índia. Iha Portugal nia ro laa nu util barak, tanba fo hahan ( nu isin) no nu kutak. Hosi India Portugal oan sira lori nu ba Cabo Verde (1545) no hosi iha né’e ba Brasil.

Iha Indonésia ema hatetene Ita bele hetan utilizassaun ida ba tinan ida-ida loron. Nu ai-fuan boot tebes, ho mina barak no proteína. Valor comercial nu koin nian boot tebes. Valor comercial Nu mina boot tebes mos. Ho nu mina ema halo sabonete, xampô, aimoruk sira, mina-morin. Ho nu fibras nian ami halo talin, sapatu, karon, karpete, tapete, etc... Ita sunu nu kulit atu te’in. Ita bele mos halo kanuru, bikan, etc… Ho Nu ai knotak hema halo ro, uma no akar.

Nu botanika nian
Nu bele moris até 80 tinan. Tékniku sira desenvolve ona variedade kiik, atu bele kaer nu fasilmente. Planta ne’e monóika tanba ami bele hetan ai-funan aman no inan iha planta ida-idak. Nu ida bele fo até 80 ai-fuan sira durante tinan ida..
Nu aifuan nian naran butaniku “drupa”. Hosi kulit ba klaran ami bele hetan :
- kulit ida forte tebes ka exokarpu
- lahan sira, ka mesokarpu
- kakun ida tos tebes ka endokarpo
- nu isin ka endosperma
Bainira aifuan ainda matak exokarpo kor matak mós. Nu fo ai-fuan uluk bainira to’o tinan 5-6.
Hanessan hotu monokotilédoneas (batar, hudi, trigu, etc…) nu la iha abut ida boot. Ninia abut sira hanessan fuuk bua saren. Sira bele to’o numer 4000 ho 1 cm diametru. Sira bele sai boot até 5m iha rai. Bainira abut ida mate nu háhu desenvolve abut foun.

Nu ekologia nian
Nu mesak moris iha klima tropikal. Nia sei mate bainira ami kuda nia iha foho ka Europa. Nu la gosta temperatura oin-seluk loron/kalan. Temperatura diak: 26 -27 ºC. Nune’e, Ita la bele hetan nu dook hosi tasi. Iha foho nia nafatin moris até 600 m. Nu presiza 2000 mm udan atu desenvolve diak.

Nu’u sa maka Ita bele kuda nu ?

Atu kuda nu Ita usa nu musan nian. Depois semana neen musan to’o desenvolve planta foun. Normalmente Ita ku’u ai-fuan bainira sira kor kafé. Maibe Ita tenke hili planta inan kapaz liu – produsão boot no aifuan boot – atu kuda nu foun diak liu.


Viveiro de coqueiros em Lospalos(foto do autor)

Atu halo nu laran Ita tenke organiza faze rua. Faze uluk Ita halo “kama” nebé nu to’o desenvolve abut ida iha fatin mahan. Iha faze rua Ita lori nu ba saku plastiku kor metan, iha viveiru
Iha faze uluk Ita la bele haluha rega regularmente atu mantén rai bokon. Ita sei hakoi nu 2/3, iha rai- henek. Afoin nu ai-tahan uluk nian sai ami tenke lori nu ba saku 45 x 45 cm, iha viveiru. Sira bele hela iha saku ne’e até fulan 10.
Bainira komesa dia baiudan ami bele lori nu kiik ba to’os. Agora nia sai boot até 80 cm, no to’o idade fulan 6. Atu kuda nu iha to’os ami usa kompasso triangular 8 x 8 m bainira to’os nain hakarak kuda de’it nu laran. Maibe ami bele mós kuda nu ho seluk planta: kakau, kafé, mak gosta nu mahan, xenkié, batar, hudi, ai-kamelin, etc…. (sistema agro-florestal). Iha Baukau to’os nain kuda nu ho haré hamutuk.
90 % nu isin mundial nae hosi kiik to’os. Geralmente, 5 ha área diak atu bele manan osan.
Nu laran halo média 2 – 2,5 t/há/tinan nu isin.


Nu kiik iha Hotel Roberto Carlos - Lospalos. Coqueiros anões no Hotel Roberto _Carlos em Lospalos (foto do autor)

Nu laran hanesan sistema agro-florestal

Nu bele halo importante ecossistema ho barak estabilidade ecológica. Iha nu laran la iha erosaun. Nu tahan protege rai bainira udan forte. Du’ut mos sai boot tanba nu exporta nutriente sira hosi rai kle’na ba superfície. Depois nu sae até 4-5 m ami bele usa du’ut atu carau, carau-vaca, bibi, etc…Balada gosta tebes nu mahan no sira nia metabolismo diak liu bainira loron manas. Du’ut mós halo metabolismo diak liu tanba la halo lenhina. Lenhina molécula aat nuné redus digestibilidade du’ut nian iha balada.


Karau iha nu laran (Aileu). Búfalos no sob-coberto de coqueiros em Aileu (foto do autor)

Iha América do sul no Central to’os nain halo nu laran boot ho karau-vaka iha sob-coberto. Ita hetan sistema né’e ihá Viqueque, maibe ihan’e planta Lantana invade nu. To’os nain tenke sobu lantana ho tractor no trituarador atu haboot nu no du’ut ba balada.

Ami bele mos fo nu isin ba fahi no manu. Nu isin fo mos mina nu, mak hotu nasaun tropikal exporta ba nasaun industrial atu halo sabaun, sabonete, xampô, kosmética, etc….
Depois ema halo mina nu, nu isin tem, importante tebes ba balada han. Nia concentrasaun proteica to’o 20 % proteína bruta. Nia diak lós ba karau vaca halo susuben.


Horta em Metinaro, com coqueiros, bilimbis e palapeiras (foto do autor).

Nu han, nu tahan mós diak atu sunu iha dapur. Bani gosta tebtebes nu ai-funan !
Atu halo copra (nu isin) ba fa’an , to’os nain tenke hakdook nu isin, hamaran durante loron 12-14. Depois hakdook nu isin no lori leten xapa metalica. Iha hokos ami sunu nu kulit. Nu isin tenke lakon bee até 7%.
Iha Dili turista sira gosta emu nu-been. Afoin sira nunka haluha Timor Leste

Origens do coqueiro
O coqueiro é uma palmeira de origem polinésica. Por isso em língua tétum coqueiro diz-se “nu”, tal como na Polinésia e na Nova Guiné se diz “niu”. Nas ilhas Cook também se designa por “nu”. Foi a partir deste centro de irradiação que o coqueiro se expandiu para a Ásia, África e Américas. Nas suas viagens os portugueses conheceram o coqueiro na costa oriental de África e na Índia. De tal modo que esta planta era conhecida em Portugal com “noz da Índia” (Ferrão, 2007). A sua utilidade a bordo dos navios era enorme pois serviam de aprovisionamento de comida e de água. Da Índia os portugueses levaram o coqueiro para Cabo Verde (1545) e daqui para o Brasil.

O coqueiro representa para os povos do Pacífico o mesmo que a oliveira para as populações mediterrânicas. Na Indonésia diz-se que há uma utilização para cada dia do ano. Produz um fruto grande, muito rico em óleo e proteínas. Dele se extrai o óleo e a polpa, que podem ser consumidos directamente ou conservados. Ambos têm grande valor comercial. A polpa seca denomina-se copra e usa-se mundialmente em culinária. O óleo de coco não só tem uso alimentar como também na cosmética, entrando na composição de muitos perfumes, cremes, sabonetes e champôs. Das fibras do coco, fabricam-se cordas, tapetes (o “cairo”), passadeiras e carpetes. A sua casca é material para o fabrico de peças de artesanato e ainda usado como combustível. O tronco dos coqueiros, o espique, é utilizado no fabrico de barcos e casas tradicionais, e para a farinha de sagu. Da seiva produzem-se bebidas alcoólicas. Depois de extraído o óleo, o bagaço resultante pode dar-se aos animais, pois é rico em proteínas.

Características botânicas
O coqueiro, uma planta monocotilédonea, tem grande longevidade pois pode viver mais de 80 anos. Desenvolveram-se variedades anãs, de modo a facilitar a colheita, e que atingem uma altura muito menor .
A planta é monóica, isto é, produz flores masculinas e femininas no mesmo pé. Forma-se um ramo, com apenas 40 a 60 flores femininas e com centenas de flores masculinas. Cada pé produz, assim, até 80 cocos.


NU iha Baukau. Hanessan seluk nasão Ásia nian, iha Timor Leste to'os nain mós kuda nu ho natar hamutuk. Aqui em Baucau, como noutros países asiáticos os agricultores associam o coqueiro ao arrozal (foto do autor)

O fruto do coqueiro é uma drupa fibrosa. Do exterior para o interior, encontra-se sucessivamente:
- uma pele coriácea, o exocarpo
- uma camada grossa de fibras, o mesocarpo
- uma casca muito dura, o endocarpo
- o endospema muito branco e uma grande cavidade cheia de um líquido, a “água de coco”.
Quando o fruto não está ainda maduro o exocarpo é de cor verde. Desde a polinização à colheita, vão 12 meses. Os primeiros frutos surgem quando a planta chega aos 5 ou 6 anos
Como todas as monocotilédoneas, o coqueiro não produz nenhuma raiz aprumada, mas antes um conjunto de raízes, que surgem da base do espique. Estas podem chegar às 4000 e possuem cerca de 1 cm de diâmetro, penetrando até à profundidade de 5 m. Lateralmente atingem os 30 m. As raízes mortas são continuamente substituídas por raízes novas emitidas a partir da base do espique.

Exigências Ecológicas
O clima adequado para esta planta é o tropical, não suportando frios ou geadas. Produz melhor com temperaturas médias anuais de 26 a 27 ºC e com pequenas diferenças entre o dia e a noite. E é isto que determina que o coqueiro não se expanda para o interior, preferindo as zonas litorais, onde o mar atenua as amplitudes térmicas. Esta adaptação ecológica é mesmo levada ao extremo, vegetando esta planta nas areias da praia, absorvendo água salobra. Quando não dispõe de lençóis freáticos necessita de pelo menos 2000 mm de precipitação anual para se desenvolver. Também devido à sua baixa adaptação a grandes variações térmicas, normalmente o coqueiro não vai acima dos 600 m de altitude perto do Equador, e nos outros locais raramente sobe para lá dos 150 m.

Cultivo
O coqueiro só se reproduz por semente. Esta não possui dormência e por vezes começa a grelar ainda no coqueiro. A maior parte leva 6 semanas para germinar.
Para fins reprodutivos colhem-se os cocos quando estes se tornam castanhos, a partir das plantas mais produtivas e de maiores frutos, e estes devem ser rapidamente semeados.
Quando se trabalha com grandes quantidades de sementes usa-se um sistema de duas fases. Na primeira forma-se uma cama de germinação, que permite escolher as sementes que germinam mais rapidamente. Na segunda fase, ou viveiro propriamente dito, as plantas desenvolvem-se até um tamanho que lhe permita passarem para o campo.
A primeira fase deve decorrer à sombra, para evitar a desidratação dos cocos. Já no viveiro as plantas podem apanhar mais sol e cultivam-se em sacos ou outros contentores.


Viveiro de coqueiros numa rua de Lospalos, na primeira fase de germinação. Nu cama nian iha Lospalos (foto do autor)

Na fase de germinação, os cocos enterram-se até 2/3 em regos feitos em areia ou outro solo com boa drenagem (foto). Ao fim de 8 semanas 75 a 80 % dos cocos já germinaram. Nesta fase é importante nunca faltar com a rega, que deve ocorrer em dias alternados.
Os cocos germinados são levados para o viveiro. Esta operação ocorre quando surge uma folha completamente desenvolvida, normalmente com forma de orelha de coelho. No viveiro, os cocos grelados são enterrados até 2/3, em vaso, sacos ou directamente no solo, em camalhões. Usam-se geralmente sacos em polietileno negro com 45 x 45 cm, que podem conter a planta durante 10 meses.

A plantação em local definitivo faz-se no início da estação das chuvas, quando a planta atinge cerca de 80 cm, tem 6 meses e apresenta 6 a 8 folhas. O compasso mais indicado é de 9 x 9 m, numa disposição em triângulo.
90 % da copra consumida mundialmente vem de pequenas quintas familiares, considerando-se 5 há como a área mínima de produção rentável. Nestas hortas, associa-se geralmente o coqueiro a culturas como o taro, o cacaueiro ou o cafeeiro. Em Timor Leste é vulgar encontrarmos o coqueiro associado aos arrozais, como um pouco por todas as zonas baixa do Sudeste asiático. Com isto aumenta-se bastante a rentabilidade e segurança alimentar da exploração. Um coqueiral em produção origina em média 2 a 2,5 t/ha de copra por ano.

O coqueiro nos sistemas agro-florestais costeiros
Para além das utilizações já referidas, esta planta pode ainda fornecer vários materiais ou serviços, e beneficiar os ecossistemas cultivados.

As fibras e as cascas, depois de sofrerem compostagem, originam uma matéria orgânica que se pode usar para enriquecer o solo ou como meio de cultivo em vasos.

Os coqueiros fornecem sombra a outras culturas que se instalam no seu sob-coberto, como o cafeeiro e o cacaueiro e as hortícolas.

É uma das plantas mais resistentes ao vento, e pode ser cultivada como cortina corta-vento.

É uma planta adequada para a silvopastorícia, tendo este sistema se expandido um pouco por todo o mundo, desde as Filipinas à Costa Rica. O gado é criado na sombra dos coqueiros, onde a pastagem que se desenvolve beneficia da matéria orgânica produzida pelo coqueiral (folhas, cocos, raminhos, etc…) e da sombra. Estas pastagens tendem a lenhificar menos e a manter a sua digestibilidade. Este sistema encontra-se em algumas zonas de Timor (Aileu, Viqueque, etc…) e deveria ser incrementado. Mas algumas destas áreas estão severamente invadidas por lantanas, que deverão ser destruídas por meios mecânicos (roça-mato).

Os cocos podem ser partidos e fornecidos aos porcos e às aves. Depois de retirar o óleo, o bagaço de coco tem 20% de proteína bruta e 6 a 7 % de óleo, sendo excelente para a alimentação animal.
As cascas dos cocos, os ramos, as folhas secas são uma contínua fonte de combustível para uso doméstico, o que permite poupar as árvores da floresta natural.

Os coqueiros podem ser usados para estabilizar ecologicamente zonas costeiras arenosas.

As abelhas, que são as principais polinizadoras desta espécie, produzem a partir das flores, disponíveis praticamente todo o ano, um excelente mel.

É uma palmeira de grande valor ornamental e de crescente utilização em parques, jardins e hotéis.

Processamento da copra ao nível das explorações
A produção da copra é uma operação simples, e permite ao agricultor aumentar o valor da cultura. Basicamente o sistema consiste em secar a polpa do coco sobre uma plataforma, debaixo da qual se acende uma fogueira feita com as cascas dos próprios cocos. Para se retirar a polpa cortam-se as nozes ao meio, pondo-se de seguida a secar durante 10 a 12 dias. A polpa seca separa-se então facilmente da casca, e através do sistema referido é seca até atingir 7 % de humidade.
De referir, que com os restos das cascas se produz um carvão de razoável qualidade.
Aparentemente, Timor tem boas condições para produzir copra e óleo em modo de produção biológico ao nível de suco.
Em Baucau existem produtores de sabonetes que também usam óleo de coco local.

Para saber mais:
A aventura das plantas. Prof. Mendes Ferrão. Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, 2007.
Fruticultura Tropical. Prof. Mendes Ferrão. Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, 2005. (obra que pode encontrar na Biblioteca da Fundação das Universidades Portuguesas na Universidade Nacional de Timor Lorosa'e).

Os bovinos de Timor-Leste

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A principal raça de bovinos existente em Timor-Leste é a raça Balinesa. Estes são animais da espécie Bos javanicus (boi de Java) ou Bos banteng (banteng é o nome vulgar destes bovinos em inglês). São diferentes dos outros bovinos das zonas tropicais, os zebus, da espécie Bos indicus (literalmente "boi da India"), e ao contrário destes não apresentam bossa. Os bovinos das zonas temperadas, como todas as raças existentes em Portugal, são ainda de outra espécie diferente, o Bos taurus.


Vaca balinesa em Railako/Karau-vaca ida iha Railaku.

Os bovinos balineses são animais extremamente rústicos, de pequena estatura, resistentes às doenças e às agruras das prolongadas estações secas que se registam em Timor. Nesta estação do ano, estes bovinos conseguem alimentar-se do capim seco e das folhas das árvores. Também são suplementados com palha de milho e restos das hortas.


Manada de balinesas em pastoreio numa savana de Totuala durante a estação seca(repare-se na cor cinzenta do touro, á direita na foto)

Estes animais existem só em Timor e em algumas ilhas da Indonésia, muitas vezes em estado selvagem. A sua principal produção é a carne e não são ordenhados. A maior parte dos criadores possui um ou dois animais, que faz pastar nos baldios, presos por uma corda a uma estaca ou a uma árvore. Mesmo no interior da cidade de Dili podemos passar por um destes belos animais. Noutras zonas, como na ponta Leste (Lautem) ou Batugadé, encontramos grupos maiores de balinesas, com algumas manadas de várias dezenas de indivíduos. Na costa sul podemos encontrar a criação de bovinos associada aos coqueirais. A produção de bovinos balineses tem também grande importância em Oekusse.


Tassitolo (Dili): suplementação de vacas balinesas com palha de milho, durante a estação seca.
Batar du'ut maran ba karau-vaca durante bailoron, iha Tassitolo (fulan Maio).

As vacas têm cor canela e nos touros a pelagem adquire um tom cinzento, quase negro. Os cornos são escuros, pequenos e brilhantes, e nas nádegas exibem uma mancha branca. As extremidades dos membros até às unhas são também brancas.


Engorda de vitelas balinesas em feed-lot, na Missão Lopes, em Dare. Neste feed-lot a água das lavagens com o chorume e o estrume, cai por gravidade para um terraço com capim elefante e caliandras, localizados ao lado e numa cota inferior. Eis uma excelente maneira de reciclar os nutrientes e a água.
Karau-vaca oan iha Dare (Missão Lopes). Bainira ema hamoos, be ho karau vaca tem no min monu ba to'os ho du'ut ba karau-vaca. Hanessan, sira bele halo reciclagem be no nutrientes nian.

Nunca é de mais salientar a importância estratégica da criação de gado em Timor-Leste. Com a criação de gado podemos:
- ter mais carne e melhorar a alimentação da população, que é extremamente deficitária em proteínas animais;
- exportar vitelos e fazer entrada de divisas no país. Muitos dos vitelos da raça balinesa em Timor são vendidos para a Indonésia onde são recriados (engordados);
- obter estrume para as hortas, e desta maneira acabar com a agricultura de abate e queimada, que destrói o solo, as florestas e o ecossistema.


Karau-vaca iha nu laran hosi Viqueque. Vaca balinesa num coqueiral de Viqueque.

Para fomentar a produção bovina em Timor Leste torna-se necessário:
- melhorar os cuidados veterinários;
- melhorar a alimentação na estação seca, recorrendo à plantação de bancos de proteínas, parcelas de terreno densamente plantadas com ai-kafé (Leucaena leucocephala), turis (Sesbania grandiflora), marungi (Moringa oleifera), etc…
- promover a produção de pastagens à base de gramíneas de bom potencial forrageiro como o capim elefante (Penissetum purpureum) , o milho-pérola (Penissetum glaucum), etc…
- promover a constituição de “feed-lots”, em explorações de agricultores especializados na compra de vitelos e sua recria em ambiente confinado, tendo em vista o mercado interno e a exportação;
- melhorar a raça balinesa, escolhendo para reprodutores os touros mais bem conformados e produtores de carne.
- criar matadouros dotados de boas condições de higiene e vias de acesso.


Sesbania grandiflora (variedade de flores vermelhas)- Ai turis (Sesbania grandiflora)ho ai-funan mehan. Ami bele fo nia ba balada han.


Tahan, ai-funan no ai-fuan Marungi (Moringa oleifera) nian: diak los ba ema ka balada.

(Todas as fotos do autor)

Bibi-malae Timor Leste nian

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Carneiro a pastar atado a uma corda, em Gleno (foto do autor)

Iha rai tasi-feto ema hakiak bibi malae. Ihane’e la iha udan husi fulan Maio até fulan Novembro. Duút sai maran no lakon valor nutritivo. Besik Totuala no Com klima kuase rai-maran (klima “estepe”). Kondisaun sira ne’e diak liu atu bibi malae bele moris. Balada ne’e la gosta udan ka humidade no bele han du’ut maran no ai-tahan iha ai-look, ai-kafé , etc….. Sira han mos duut mak hela iha natar no han hare kain. To’os nain hakiak bibi malae tradicionalmente, balada han du’ut livre.

Ai-look ou ameixeira-da-India(Ziziphus mauritiana) é uma árvore das zonas secas da Costa Norte. Dá frutos saborosos, folhas para o gado e madeira para o lume (foto da Profª Virginia Trigo)

Bainira kalan hauhu bibi malae tama iha bibi malae uma, besik to’os nain uma nian. Na’in sira normalmente la fo suplementu ba balada (batar, trigu, kabas mussan,….). Loron ikus bailoron nian normalmente bibi malae hamlaha.
Distribuisaun bibi malae nian iha distritu sira (tinan 2001):
Baucau – 16218
Liquiça – 11638
Ambeno – 9605
Dili – 8356
Bobonaro - 8109
Manatuto – 5337
Viqueque – 4206
Lautem – 4009
Ainaro – 3675
Ermera – 2577
Aileu – 2209
Covalima - 1765
Manufahi – 1675
Total Nasional - 79379

Ovelhas nos arrozais de Baucau, depois das colheitas (foto do autor)

Bibi malae fo na'an. Ita bele mos huis bibi malae-feto.Afoin nakali susuben Ita bele emu ka halo keiju. Atu halo keiju Ita bele tutan derok-ben ba susuben bainira manas (40ºC). Depois Ita pasa susuben iha rede no haneha atu sai susuben be. Ita precisa mos tutan masin atu konserva keiju diak liu. Ema bele han keiju fresku ka maran. Atu conserva keiju maran diak liu Ita bele konserva iha mina-nu iha frasco de vidro. Se Ita nakali keiju iha be ho barak masi-midar Ita bele mos konserva nia.
Bibi malae tem diak ba to'os tanba nia fo fertilidade ba rai. Bainira bibi malae toba iha natar kain, sira nia tem diak liu. Bibi malae kulit mos diak no hanessan tapete ba salaun no sala-estar. Kulit ne'e diak los atu halo kasaku, etc...
Bibi malae na'in bele fo ai-kafe ba sirania balada durante bailoron atu fo proteína no energia bainira duút maran. Bibi malae mos presisa han masin.
Aparentemente bibi-malae iha Timor Leste pertense rasa Priangan.

Ovelhas no sob-coberto de palavão branco ou ai-bubur(Eucalyptus alba)(foto do autor)

Bibi hatene hili han diak lós. Maibe la bele estraga ai laran.

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Bibi ánimal diak tanba bele fo hahán ba ema, bainhira aproveita planta mak seluk animál la bele han (ai tahan, etc...). Sira bele moris ho rekursu ne'e tanba nia konsege hili tahan kiik nutritivu no kosok ho diak digestibilidade no barak proteína.


Maibe Ita tenke proteje ai kiik no to'os. Bibi gosta mos han lakeru no batar ...

Sistema diak atu hakiak bibi tenke proteje ai-laran. Bainhira ema la proteje ai-laran, bibi sei han ai kiik no halakon ekossistema. Afoin ai lakon, rai-laran sei lakon mos, tamba udan sei lori rai ba mota no ba tassi. Nane'e, bibi halakon ona hotu ekossistema iha nusa husi Pacífico no Caraíbas.

Atubele proteje rai, no to'os, no ai, Ita tenke prende bibi sira. Iha foto ne'e Ita bele hare bibi-uma ida furak, iha Missão Lopes (Dare). Hanessan, Ita bele hakiak bibi fasilmente no kontrola balada diak liu. Ihan'e to'os na'in kaer du'ut, batar kain no tahan ai-kafe nian ba bibi (sistema "zero-grazing"). Hafoin ami lori bibi tem ba kurte fatin atu halo komposto ba to'os. Bibi sira sei fo barak na'an no susuben no kulit. Bibi uma ne'e halo ona hodi au husi Timor-Leste. Nane'e Ita la lakon osan mós....

As cabras são boas utilizadoras das pastagens naturais. Mas não as podemos deixar estragar a natureza e as árvores que plantamos.
Em Timor-Leste as cabras são preciosas para as pessoas pois produzem carne e leite a partir de recursos que os outros animais não aproveitam. Isto acontece pois estes úteis animais conseguem seleccionar nos matos e na floresta as partes mais nutritivas das plantas, como as folhas mais tenras dos rebentos. Mas quando os animais pastam desordenadamente, como ocorre em muitas zonas de Timor, vão destruir os esforços de reflorestação levados a cabo pelo governo, organizações e particulares. Particularmente na estação seca, quando o alimento nutritivo escasseia, as cabras podem causar graves danos à floresta e ao meio ambiente. O sobrepastoreio daqui resultante leva à destruição do solo e à erosão, tal como contribui para a diminuição da biodiversidade. O efeito negativo do pastoreio desordenado das cabras em muitas ilhas das Caraíbas ou do Pacífico é de todos conhecido. 
Este capril em Dare é um bom exemplo de como poderemos criar caprinos em Timor de modo sustentável. É feito de material local, o bambú, e permite manter as cabras presas. Neste sistema, chamado de "zero-grazing" (pastoreio 0), os animais são alimentados com capim cortado nas redondezas, com os restos das hortas e das cozinhas, assim como com folhas de árvores forrageiras (neste caso caliandras e leucenas). Podemos também controlar melhor a sua saúde e a reprodução, ao mesmo tempo que produzimos um excelente estrume para as nossas hortas e pomares.

Ami tenke kuda ai-mate atu proteje ai-laran Timor nian

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 To'os nain sira bele kuda ai atu fa'an ai. Iha Timor Leste ami bele hetan ai folin todan hanessan ai hosi ai kameli (Santalum álbum), ai na (Pterocarpus indicus), ai besi (Intsia bijuga), ai teka (Tectona grandis) ka mahoni (Swietenia macrophylla) . Ema bele kuda ai ne’e atu halo meza, kadeira, armariu, odamatan etc… Nune’e Timor Leste bele exporta liu no fo serbisu ba barak badain-ai sira.

Os agricultores podem cultivar árvores para venderem a madeira. Em Timor Leste podemos encontrar árvores de madeira preciosa como o sândalo, o mogno, a teca, o pau rosa ou o pau ferro. As pessoas podem cultivar estas árvores para fazerem mesas, cadeiras, armários, portas e outras peças que o país pode exportar para aumentar as receitas da economia e os empregos.


Agricultores de  Oekusse abrem regos para plantarem árvores florestais com uma charrua de discos
(Foto do Eng. Pedro Mesquita)


Maibe ema iha Timor Leste kuran mós ai ba sunu atu te’in han. Iha Europa ema la uza ai-mate tamba hotu ema bele sosa fogaun ho gás ka electricidade. Iha Timor Leste governu bele fo ema hotu fogaun ho mina rai atu proteje ai laran. Bainhira populasaun haboot se la iha fogaun sira Ita sei lakon ai laran…Nune’e Ita tenke kuda mós ai ba sunu. Liurai iha Knua sira bele arranja rai fatin atu kuda ai ne’e ba ema hotu.

Mas Timor Leste também precisa de cultivar árvores de lenha para cozinha, pois a população não pára de aumentar e a floresta nacional corre grandes riscos. O governo poderia oferecer às familias fogões a petróleo, o que aliviaria bastante as pressões sobre a floresta. Mas para já é preciso aumentar rapidamente o cultivo de árvores para lenha de cozinha em cada aldeia. Junta-se uma lista de espécies especialmente adequadas para este objectivo.

Madeira à venda na estrada Dili-Baucau junto a akadirum e eucaliptos


Balu ai atu kuda ba sunu segundo Programa Agrícola Regional para o Pacífico:



Adenanthera pavonia

Alphitonia zizyphoides

Bischofia javanica

Calliandra spp.

Cassia siamea

Casuarina spp. (ai-kakeu)

Citharexylum spinosum

Eucalyptus alba (ai-bubur)

Eucalyptus urophylla (ai-ru)

Gliricidia sepium

Leucaena spp. (ai-kafé)

Mangifera indica (mangueira, has timor)

Parinari inslarum

Pometia pinata (ai-maras)

Psidium guajava (guyaba)


                         Madeira à venda na estrada para Kelikai (com o Matebiam ao fundo)

Ai kafé: uma excelente árvore para lenha


Ai bubur ou palavão: um eucalipto muito usado para lenha. A Cooperativa Café Timor em Comoro já faz a sua reprodução em massa.

Habitantes de Oekusse obtêm lenha de ai-bubur (Eucalyptus alba)
(Foto do Eng. Pedro Mesquita)



Enviar livros é agora mais barato

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O envio de livros pelo correio para Timor Leste é agora mais barato.  O preço de um envelope de 2 Kg passou de 2,75 euros para 1,50 euros, uma descida substancial. Pode agora enviar mais economicamente os seus livros ou revistas novos ou usados (sem riscos ou rasgões). Deve no entanto referir aos funcionários dos CTT que é pela modalidade Timor Leste - livros - económico. 
Eis algumas escolas rurais para onde pode enviar os seus livros:

Escola do Reino de Venilale - Venilale - Baucau

Escola Pré-secundária de Padiae - Estação Missionária Católica - Padiae - Oekusse

Escola Profissional de Kelikai - Kelikai

Escola Primária de Abafala - Abafala - Kelikai

Escola Pré-Primária de Aileu - Profª Clarisse  Silva - Aileu


Livros para as escolas em Timor (Foto da Profª Ana Cardoso, Suai)

Também pode oferecer assinaturas de jornais ou revistas a estas escolas.

Iha ne 'e iha Alentejo ami hakoak Ita hotu iha Timor Leste...

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Tanba barak hau nia aluno sira husu konaba kurtissa no ai subreiru  (Quercus suber L.), hoin  hau sei fo informassaun kona ba subericultura.
Portugal nasaun uluk iha produsão kurtissa. Ami kuda ai subreiru especialmente iha Sul Portugal, iha distrito sira Évora, Beja no Setúbal, iha provincia Alentejo. Subreiru ai mak sai boot maibe neineik tebetebes. Ami kuda ai subreiru ba ami nia bei oan sira... Kurtissa kulit ai subreiru nian.
Ai subreiru fo uluk kulit bainhira to’o tinan 20. Nia gosta rai laek nutriente no precisa klima Mediterrâniku: período bailoron ho barak manas no maran (fulan Junho-Setembru) no tempu baiudan no malirin (fulan Outubro - Maio).
Ekossistema ho ai subreiru importante tebes tanba ninia biodiversidade boot. Ekossistema ne'e naran "Montado".  Bibi malae han duut iha montado no protege ai laran hasouru ahi durante tempo bailoron.

Uluk kurtissa naran "virgem". Ai subreiru mesak fo kurtissa durante tempo bailoron iha fulan Julho no Agosto. Afoin ami la konsegue hasai kurtissa tanba la iha mitose iha células kulit nian. Durante mitose mak fo kurtissa foun ema bele hasai kulit ai subreiru nian.
 
Atu bele hasai kurtissa ami precisa machado especial. Mane mak hasai kurtissa (tiradores) tenke forte tebes atu fota ai kulit.

Afoin hasai kurtissa ami tenke lori ba trator. Ami mos pinta  ai ho algarismu tinan ne'e (0). 1 se tinan 2011.  Agora ema tenke hein tinan 9, atu hasai kurtissa foun.
Afoin hasai kurtissa ai hun kor laranja. Se mane hasai barak ai kulit ai sei mate. Atu bele protege ai ami tenke hasai kurtissa até mesak 3 m iha ai hun.
 
Agora ami lori kurtissa ba uma to'os. Iha ne'e mane mak sosa kurtissa mae atu hare. Tinan ne'e,  15 kg kurtissa selu 25 euros.
Afoin Kurtissa ba fabrika atu hatasan no halo matan ba botil tua uva. Portugal exporta sira ba Mundo hotu, especialmente França, América, Austrália no  Brasil. Rússia mos sosa kurtissa hodi Portugal hatu halo uma manas. Kurtissa hatau malirin tama uma. Ami hetan nia iha nave espacial mós.
Actualmente problema boot tanba botil tua uva hahú usa matan plástiku. Portugal halo kampanha internacional atu informa ema dia liu kona ba importancia kurtissa no ita nia ekossistema. Kurtissa produto natural no ekológico.  Se ema la sosa botil ho kurtissa hotu ekossistema "Montado" sei mate....  

 
Aihoris subreiru nian propriedade privada. Iha Timor Leste ema tenke desenvolve propriedade privada atu  to'os na'in bele kuda sira nia ai horis kapaz. 
(Todas as fotos tiradas pelo autor, no Monte do Arneirinho do Gaio de Baixo, em Sines, Baixo-Alentejo))

Karau: to'os nain belun nian

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Os búfalos de Timor Leste são da sub-espécie carabanensis (Bubalus bubalis carabanensis), os chamados búfalos dos pântanos. Estes animais existem um pouco por todo o lado nos países do extremo-oriente tropical, como as Filipinas, a Indonésia e Timor Leste. O termo "carabanensis" deriva da palavra "carabau", modo como são conhecidos nas Filipinas, e é semelhante à designação em tétum, "karau". Contrariamente aos búfalos dos rios (Bubalus bubalis bubalis) que existem na India ou no Brasil, estes búfalos destinam-se sobretudo aos trabalhos dos campos. Têm também uma função social pois dão estatuto aos seus proprietários. O dote que é oferecido aos pais da noiva pela familia do rapaz (barlaque)  é também formado por búfalos. Também na religião se usam os búfalos, pois são abatidos nas cerimónias dedicadas aos antepassados. A carne ou o leite obtido destes animais é assim de pouca monta. Isto não invalida que algumas pessoas ordenhem as búfalas e consumam o seu leite, mas isto é feito de modo pontual.
São animais mais largos e atarracados do que os búfalos do rio, e os cornos atingem maiores dimensões. Apontam para trás e desenvolvem-se quase horizontalmente.
Alimentam-se das ervas que encontram, da palha do arroz e dos ramos de certas árvores.


Nas Filipinas estes animais são usados para puxar charruas e arados, com que se revolvem os arrozais. Em Timor Leste este trabalho é feito unicamente pelo pisoteio do solo. Nesta fotografia obtida em Viqueque podemos observar uma pequena manada que em círculos, vai pisando e descompactando o solo dos canteiros alagados. A palha da cultura anterior também é enterrada pelos animais, e os dejectos destes enriquecem o solo com nutrientes. O pastor, com a ajuda de uma vara, empurra os animais e canta  belas canções. Um ajudante, munido de uma enxada, vai enterrando alguma palha de  maiores dimensões, e desfazendo os maiores blocos de terra, assim como arranja os muros dos canteiros. É uma das mais belas paisagens da agricultura timorense. Em breve virão as mulheres e as crianças com os pézinhos de arroz que recolheram na cerca do viveiro, e em grupos enchem a paisagem de verde. Entretanto já os karau descansam atascados até ao pescoço numa poça de lama. E ruminam lentamente, como que à espera que o calor passe.
Alguns agricultores, poucos,  já os substituiram por moto-cultivadores. Mas de momento ainda é dificil arranjar em Timor pessoas e peças para se manterem estas máquinas.
Algumas escolas das zonas rurais, como Natarbora e Fuiloro, já têm estábulos com búfalas. Para além de aprenderem a tratar dos animais e noções básicas de zootecnia, o leite e o queijo obtidos melhoram  a alimentação dos alunos.
Apesar do aspecto arcaico, os búfalos ocupam há milénios um importante papel neste ecossistema agrícola, pois resistem melhor às doenças do que os bovinos, vivem em zonas alagadas que estes não suportariam e digerem melhor os alimentos grosseiros e fibrosos. Em Timor só falta que as pessoas tomem melhor partido deles na sua alimentação, consumindo as excelentes proteínas da sua carne e do seu leite.

Ai-tasi ajuda ema. O mangal de Timor-Leste ajuda as pessoas.

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Ai-tasi kmanek  iha Hera. Um bonito mangal junto da estrada em Hera (foto do autor).

Ai-tasi ekosistema hosi tasi-ibun Timor Leste nian. Ekosistema ne dezenvolve iha fatin besik mota ka tasi-ibun laho laloran. Iha tasi feto ami bele hetan ai-tasi iha Metinaro, Tibar no Maubara. Ni-nia ai prinsipal Rhizophora conjugata, Bruguiera spp., Sonneratia alba (parapa) no Avicennia marina.


Ai-tasi iha Hera durante tasi-nakonu. Mangal em Hera durante a mare-cheia (foto do autor).

Ekosistema ne importante no util tebetebes tanba nia fo-han ba ikan no boek no subar ikan-tolun no boek-tolun. Seluk ikan boot liu mae atu han ikan kiik, nune ema bele tiha barak ikan. Ai ne diak tebes ba sunu no tahan Avicennia marina nian diak tebes ba han balada afoin fase atu hasai masin. Ai mos diak tebes atu halo mesa ka kadeira.
Ai-tasi mos rai tasi-ibun contra erosaun, tsunami sira  no tufaun.
Ai-tasi manten tasi be moos, ta'es no satan tahu. Planta hosi ai-tasi manten barak biodiversidade. Ami bele hetan karau-tasi (Dugong dugong) no lafaek (Crocodylus porosus)  besik ai-tasi.
Epena mak ai-tasi iha Mundo lakon area ba industria boek, hotel sira, etc...Ekosistema ne'e rahuk tebetebes .
Maibe ita bele kria ai-tasi foun. Iha Djibuti (Afrika lorosa'e) ema kria ai-tasi foun ho Avicennia marina atubele tiha ikan, han balada no usa ai ba sunu. Nune, iha rai-maran hosi Djibuti eme bele moris diak liu (http://www.themanzanarproject.com/).


Ai-tasi raru iha tasi-mane (Lore). Um dos raros mangais da costa sul, na praia de Lore (foto do autor)

Avicennia marina. Balada gosta han ninia tahan.
O gado gosta das folhas da avicenia.


Mane rua iha Djibuti kuda avicenia iha viveiru. Sira usa ona fini avicenia nian, iha sacu plastiku 6 litros. Iha saku, sira hakoi sacu plastiku kiik ho fosfato diamonico no oxido de ferro. Saku ne ema halo kuak kiik ho limam-kukun atu fosfato sae ba rai .

Avicenia plantada em ruas no local definitivo

Senora haknata avicenia tahan (18% Prote. Bruta)  ba bibi no bibi-malae. Balada han tahan ho farina ikan.
Esta moça do Djibuti colhe folhas de avicenia para alimentar as cabras. Mas esta dieta nao e completa pelo que aqui se suplementa este alimento com farinha feita de restos de peixe seco.
(Fotos: www.themanzanarproject.com)





A baunilha cria empregos - Baunilli fo serbisu barak

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A baunilha tem origem na Améria Central e é uma orquídea. Os seus frutos têm grande valor comercial e a sua culura não é mecanizada. Depois de colher as suas vagens, estas passam por um tratamento relativamente prolongado. Trata-se pois de uma planta socialmente muito útil pois dá trabalho a muita gente.
Esta trepadeira gosta de condições de calor e humidade e dá-se até aos 600 m de altitude. A costa sul de Timor, mais húmida, é mais adequada ao seu cultivo. Nos outros locais será necessário regar.

Baunilli (Vanilla planifolia Anderews)) planta tropikal nebe'e mae hodi Amérika Central. Espanha oan iha séc. XVI lori baunilli ba Europa. Afoin planta ne'e ba ona  África, Indonésia, etc... nebé to'os nain hahú ninia plantação. Atu kuda baunilli precisa ema barak no la bele usa máquinas. Baunilli aifuan precisa barak tratamentu até  fa'an. Hanessan kultura ne'e fo serbisu ba ema barak. Socialmente´diak lós...
Iha Timor ami bele kuda baunilli até 600 m iha foho. Iha tassi feto la iha barak udan no Ita precisa haroo planta sira.durante tempo bailoron. Nunee fatin diak liu atu kuda baunilli iha distrito tassi mane.
Ita hatene kuda baunilli ?

Prepara fatin


Hamos fatin husi ai sira i mos du’ut. Fila rai to 20-30 cm depois halo rahun tiha.

Hari ai-lolon ba distancia 2 m x 2,5 m hodi marka rai ku’ak kuda fatin.

Ai Nani

Baunilli percisa ai nebe mak nia bele nani ba hanesan Aifau (Hibiscus tiliaceus L. )no Aidik (Brythrini sp.)no Ai-mahon (Swietenia microphyla) selu-seluk tan.

Sanak

Prepara ai sanak Aifau ou Ai-dik ni naruk 1,5-1,75 m para hodi kuda hanesan ai nani ba baunilli dikin. Aitan kuda tinan ida antes atu kuda baunilli. Halo rai kuak ho ninia sukat 40x40x40 cm. Rai nebe mak ke’e tiha ona nia +- 15 cm tau hamutuk ih arai kuak nia ibun karuk. Rai okos iha kuanan. Husik hela rai kuak ne’e ba semana 2-3. Hatama uluk rai nebe mak tau iha sorin karuk, depois mak hatama fali sorin kuanan ikus. Iha rai kuak nia klaran, kuda ai nebe hili ou Ai thia ona.

Be dalan foer

Iha fatin tetuk presiza atu halo baleta hodi bele soe be’e foer hanesan kabubu ho nia medida 30 cm x 40 cm e nia naruk hare tuir kondisaun. Baunilli presiza sistema bee dalam diak.

Estrume

Iha Aitan nia lolon tau estrume hanesan du’ut maran foer animal (karau fee diak liu), no ai talin. Nee sei halo nafatin rai bokon oifuan no sei fo nafatin estrume oituan husi karau tee.

Halo fini

Fini foti husi ninia dikin nebe diak e seidauk funan. Hili dikin nebe mak bo’t. Hili dikin nebe buras (diametro 8-10 cm per ruas), ho fukun besik malu husi 8-10 cm. Tesiaikin iha mais ou menos 50 cm hodi halo fini.

Habadak Aitan

Aitan nia sanak nebe mak moris iha okos e lo’os ba leten persiza atu tesi halo badak para labele mahon liu.

Lori fini

Para fini labele a’at loron balun tenki lori ba to’os e tau iha ailolon ho nia diâmetro 8 cm no nia naruk 2 m.

Prepara Fini

Fini Baunilli sanak naruk , 8-10 cm ruas ho nia medida naruk 0,8 -1,5 m ou sanak badak 5-8 ruas ho nia naruk 50-80 cm. Sanak nebe mak naruk ona comesa nia funan iha tinan 2; e tinan 3 ba sanak badak.

Adaptasaun


Antes atu kuda fini tenki halo uluk lai adaptasaun durante loron 3 to’o 7 hodi hein kanik nebe mak tesi sai maran.

Kuda baunilli

Halo rai kuak ho nia distancia 10-20 cm husi Aitan. Hatama ai sanak nia ruas 2-3 no halis 20-30º, depois taka ho mulsa. Sanak iha rai leten halo toba e kesi metin iha nia leten , klaran, e okos iha Aitan. Rega baunilli dala rua iha loron ida, dader no laro kraik.

Halo kleuk

Baunilli nebe mak as liu tiha ona Aitan tenki halo kleuk tun ba rai. Ida ne’e halo para ou bele halolon ba Aitan seluk maka iha ninia sorin. Ida ne’e halo para hodi hatun baunilla nia prosesu vegetativu e halais ba fase ai-funan. Ninia fukun (ruas) nebe mak kona rai tenki taka ho rai i nia tahan iha leten to’o nia naruk 40 cm tenki tesi tiha. Ninia dikin foun nebe buras liu sei moris husi parte nebe taka h orai ne’e.


Preparação do terreno

Limpe o terreno de e revolva a terra até uma profundidade de 20 -30 cm. Desfaça os torrões sem calcar a terra de maneira a não compactar o solo.

Marque o terreno com varinhas num compasso de 2 m x 2,5 m .

As árvores auxiliares

A baunilha precisa de árvores pois é uma trepadeira. As mais vulgarmente usadas são o aifau (Hibiscus tiliaceus L. ), aidik (Brythrini sp.) e mogno (Swietenia microphyla). Podem ser usadas outras árvores de folha larga, que proporcionem sombra.

Prepare estacas de ai-fau, ai-dik, etc… com 1,5 a 1,75 cm de comprimento. Estas estacas devem ser plantadas no local definitivo um ano antes de plantar a baunilha. Faça um buraco com 40 cm de lado. Coloque a porção superficial do solo (os primeiros 15 cm) no lado esquerdo do buraco, enquanto a camada mais funda do solo é disposta no lado direito. Deixe o buraco aberto durante duas a três semanas. Depois espete no centro do buraco uma estaca da árvore e comece a encher o buraco com a terra das superfície, seguida da terra mais pobre do fundo do buraco. Deste modo as jovens raízes encontrarão alguns nutrientes para a árvore em desenvolvimento, pois a terra da superfície é mais rica em matéria orgânica.

Drenagem

Se o terreno não for inclinado, é imperativo abrir valas de drenagem, pois a baunilha exige solos bem drenados. Estas valas devem ter cerca de 30 cm x 40 cm de secção e o comprimento necessário para uma boa evacuação das águas.

Estrumação

À volta da base da árvore hospedeira espalha-se pasto cortado, composto, raminhos de árvores leguminosas e/ou estrume bem curtido, se possível de búfalo. Isto manterá o solo húmido e dará nutrientes ao solo.

As estacas de baunilha

O material deve ser obtido num viveiro ou em baunilhas saudáveis e vigorosas que ainda não tenham florido. Escolha caules saudáveis e grossos (8 a 10 mm de diâmetro) com entre-nós de 8 a 10 cm de comprimento. Corte estacas com, pelo menos, 50 cm de comprimento.

Podar a árvore hospedeira

Os ramos da árvore hospedeira, que crescem da base, devem ser podados para que a ramagem não fique muito densa e ensombre a baunilha.

O transporte das estacas para a quinta

De modo a não destruir as estacas por desidratação até chegarem aos talhões, as estacas devem ser enroladas num bambu com cerca de 8 cm de diâmetro e 2 m de comprimento. Também se podem usar folhas de bananeira grandes.

Preparação das estacas para a plantação

As estacas de baunilha consistem em segmentos de caules com 8-10 inter-nós, e com 0,8 a 1,5 m de comprimento. Estacas mais curtas podem ter 5 a 8 inter-nós e 50 a 80 cm de comprimento. As primeiras florirão ao fim de 2 anos, enquanto as segundas precisam de 3 anos para dar flor.

Aclimatação

Antes das estacas serem plantadas têm que se adaptar ao local durante 3 a 7 dias e de modo a que os cortes fiquem secos.

Plantação da baunilha

Faz-se um buraco a 10-20 cm da base da árvore hospedeira. Insere-se a estaca de baunilha com dois ou mais entre-nós no buraco e numa inclinação de 20 a 30 º. Volta-se a encher o buraco e cobre-se tudo com “mulch”. Depois encosta-se a parte superior da estaca à árvore hospedeira e ata-se em três pontos de modo a ficar bem segura. Convém regar a estaca duas vezes ao dia, de manhã cedo e ao final da tarde.

Encaminhar a planta

As baunilhas com um comprimento que excede os primeiros troncos da árvore hospedeira devem ser encaminhados para outra árvore ao pé ou encaminhados para baixo. Caso contrário a colheita torna-se muito trabalhosa. Os nós que entrem em contacto com o solo podem ser cobertos de terra e cortam-se as folhas dos primeiros 40 cm. A trepadeira enraizará de novo, e originará uma planta mais forte.


Ai fau (Hibiscus tiliaceus)

Bibliografia

Especiarias. J.E. Mendes Ferrão. Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, 1993.

Livro manual produktividade baunilli Timor-Leste. Cooperativa Café Timor. Rua Dr. Barros Gomes, 16. Bidau Lecidere, Dili, 2005.(é um belíssimo manual, muito resumido e foi a principal fonte usada para este trabalho, encontrando-se escrito em tétum, indonésio e inglês. Pode ser adquirido gratuitamente.


As sementes do sândalo (Santalum album)

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Sementes de sândalo - Fini ai kameli (foto do autor)

As sementes de sândalo são de cor cinzenta ou castanha, têm forma esférico-oval e apresentam um bico. Antes de serem semeadas devem se escarificadas ligeiramente com uma lixa de grão fino, para acelerar a germinação. Semeiam-se num alfobre à base de areia e composto. Só dois terços da semente ficam  enterrados. As pequenas plantas transplantam-se depois do alfobre para vasos com pimento (Capsicum spp.). As raízes do sândalo começarão a parasitar as do pimento para obtenção de nutrientes.
Depois destes vasos passam para o campo ou para a horta da casa, onde podem ser plantadas ao lado de leucenas (ai café) (Leucaena spp.)).

   

Ai nitas (Sterculia foetida)

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A ai nitas é uma árvore da flora de Timor-Leste. A área onde aparece espontaneamente pode ser representada por um arco que se estende da África Oriental à Austrália, passando pela Indonésia e Timor-Leste.
A parte mais interessante e curiosa desta planta encontra-se nos seus frutos. Quando ainda verdes assemelham-se a um porta-moedas fechado. Quando o fruto amadurece abre e mostra um interior inesperado. Um tecido fortemente tingido de vermelho envolve um conjunto de sementes ovais e castanhas (veja a nossa foto em baixo).
Trata-se de uma árvore tropical, de folha caduca na época seca, e que aparece um pouco por todo o lado em Timor, menos nas terras mais altas e frias. Como requere uma certa humidade no solo também não se vê muito nas zonas mais secas da costa nordeste.
Os seus surpreendentes frutos, tornam esta planta indicada para jardins, particularmente plantada isoladamente para que toda a sua beleza possa realçar.
É planta de grande valor ecológico, pois sendo autóctone de Timor está perfeitamente integrada nos habitats onde se desenvolve. Deve pois ser cultivada nas zonas erodidas e em todas aquelas onde se pretenda recuperar a floresta natural timorense. A Missão Agrícola portuguesa tem distribuido milhares de ai-nitas pelos agricultores. Na divisão dos terrenos ou junto às estradas a ai-nitas fortalece o contínuo natural.
As suas sementes são tóxicas quando cruas mas comestíveis depois de assadas. Têm bastante óleo e a acção do calor dá-lhes um sabor muito agradável. Na Indonésia extrai-se este óleo que tem utilizações industriais (óleo de kelumpang) e alimentares.
As folhas são uma boa fonte de proteína, cálcio e fósforo para os ruminantes. Na estação seca as folhas caidas poderão ser uma boa ajuda na alimentação do gado.
A madeira de ai nitas é leve e só se pode usar no interior das casa pois quando exposta à chuva apodrece rapidamente.
O nome da planta indica que uma das suas principais características é o odor desagradável que os seus tecidos libertam (serculia=estrume, foetida=fedorento). No Brasil a árvore foi introduzida como ornamental e é conhecida como chichá-fedorento. Noutros locais conhece-se como pau- merda. Em inglês diz-se hazel sterculia e em indonésio kalupat, kabu-kabu ou kepo. Em espanhol chamam-lhe anacaguita.

Ai-nitas planta Timor-Leste ai laran nian. Ita bele hetan ai-nitas hosi África Lorosa’e ba Austrália leten.

Ai-nitas nia ai-fuan engrasadu tebtebes no hanessan karteira ida.
Nia planta hosi klima tropikal no hamonu ai-tahan durante tempu bailoron. Ita bele hare ai-nitas iha Timor-Leste besik tassi. Iha foho la iha manas no ai-nitas la sae boot. Planta ne’e malisan rai maran.
Ni-nian kmanek ai-fuan fo ai-nitas fatin importante iha jardín.
Nia ecologicamente kapaz no importante nu’udar planta Timor-leste ai-laran nian.
Nune’e Ita bele kuda ai-nitas iha fatin ho erosaun, nebe udan halakon rai. Ema bele mós kuda ai-nitas besik dalan sira no iha to’os klaran.
Udan sei halakon lalais ai ai-nitas nian. Nune’e Ita bele usa ai ne’e iha uma nia interior deit.
Fini ai-nitas nian halo kabun-solur bainira matak. Afoin tunu ema bele han fini diak liu. Fini ne’e fo barak mina katak ema bele han. Iha Indonésia ema fa’an mina ai-nitas nian (mina kelumpang).
Ai-tahan diak ba balada tanba fo barak proteína, cálcio no fósforo. Especialmente durante tempu bailoron
balada laiha du’ut no bele han ai-nitas nia ai-tahan maran.
Ni-nian naran katak ai hanessan balada tem, tanba nia ai-funan dois: Sterculia=balada tem, foetida=dois). Ema lori ai-nitas ba Brasil atu kuda ihan jardín sira. Iha ne’e nia naran chichá-fedorento ka pau-merda. Iha Indonésia ema hatene kalupat, kabu-kabu ka kepo. Lia inglês hazel sterculia no lia espanhol anacaguita.

Vamos todos enviar sementes para Timor

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Os agricultores timorenses continuam a debater-se com uma grande falta de sementes, particularmente de plantas hortícolas. A organização de hortas comunitárias está a ser promovida por todo o território, como forma de melhorar a nutrição dos timorenses, particularmente das crianças. A alimentação de quase toda a gente é muito pobre em proteínas, vitaminas e sais minerais e muito dependente do milho, da mandioca e do arroz. No final da estação seca - não esquecer que Timor tem quase todo o seu território dentro do clima de savana, com a sua longa estação seca - tudo se complica e a dieta cai para níveis preocupantes. Melhorar e aumentar a produção animal e a hortícola com os recursos locais é pois uma acção prioritária para uma melhor saúde dos timores.
Existe porém um grande problema: a falta de sementes. Por todo o território se regista uma carência generalizada de sementes desde a simples nabiça até à alimentícia fava. Podemos todos dar uma mãozinha aqui em Portugal ou noutras partes do Mundo. Basta colocar alguns pacotes de ervilhas, favas, salsa, coentros, nabos, cenouras, etc... dentro de uma caixinha e enviar para:

Eng. Pedro Mesquita
Presidência da República
Palácio Nicolau Lobato
Dili
Timor Leste

Envie em correio económico que é muito barato.
As espécies temperadas como as ervilhas e as favas dão-se em Timor nas montanhas onde o clima é temperado de altitude.
Depois de muito trabalho e sob um sol inclemente esta agricultora de Batugadé, começa a secar o seu "batar". Valentes, fortes mulheres de Timor, que com sangue suor e lágrimas conseguem fazer produzir o solo pedregoso dos montes ! To'os na'in feto asuain !  
Horta comunitária de jovens na Ilha de Ataúro (foto de Pedro Mesquita)

Horta em Metinaro no sob-coberto de árvores providenciais como a palapeira, ao fundo, que dá o precioso sagu, o coqueiro e o bilimbi (Averroa bilimbi).(foto do autor).
Horticultores pobres de Hera: a terra já está cavada e espera o "modo-mutin".
To'os nain kiak Hera nian. Rai hein modo-mutin... (foto do autor).

Esta sesbania encarnada já cá está. Agora só falta a horta à volta. Tudo irá beneficiar do azoto fixado pela sesbania. Até a vizinha papaieira.
Turis ne'e hein modo no coube. Nia sei fo barak azoto (N) ba hotu agro-ekossistema.
(De quem será esta foto ?)

Hotu-hotu labarik-feto ba eskola

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Mundu haluha rekursu barak importante: millaun sira feto foin-sa’e. Sira lerek eskola maibe barak estudu sira hatudu katak bainira sira kontinua edukasaun iha eskola no haleur loron-kaben, bele ajuda sira-nia komunidade tamba hamenus labarik-oan mate, haboot família osan nian no hamenus moras sida.

Banco Mundial, ONU no ONG hanessan Girl Effect (www.girleffect.org/video) buka katak feto foin-sa’e bele fo ajuda importante ba sira-nia família. Se Ita fo educasaun ba labarik-feto ida, Ita fo edukasaun ba nasaun ida : Ita bele sobu pobreza bainira labarik-feto kontinua iha eskola.

Infelizmente, iha nasaun sira kiak 1/7 feto-oan kaben antes halo tinan 15. Sira-nia feto-oan halo afoin mezmuke sira.

Problema isin-rua nian principal kausa mate iha feto-oan tinan 15-19. Barak Feto-oan mate durante partu.

Edukasaun halo ninia ciclo ida. Banco Mundial dehan katak feto-oan kontinua resin fulan 4-6 iha eskola, ida-idak tinan ida ninia inan iha eskola.

Ida-idak tinan iha eskola bele haboot futuru osan feto-oan ida nian  20 %.



As Meninas ao Poder

O mundo em desenvolvimento detém um recurso que ignora: milhões de raparigas adolescentes. Elas tendem a abandonar a escola a meio da adolescência, mas estudos mostram que se estas raparigas se mantivessem na escola e atrasassem o casamento, tanto elas como as suas comunidades beneficiariam com a redução da mortalidade infantil, o aumento do rendimento familiar e a diminuição da disseminação da sida.

O Banco Mundial, a ONU e organizações sem fins lucrativos como a Girl Effect ( www.girleffect.org/video) estão a procurar formas de tornar as mulheres jovens mais valiosas para as suas familias. Se educarmos uma menina educamos uma nação: o ciclo da pobreza pode ser quebrado quando as raparigas ficam na escola. Nos países em desenvolvimento (exceto a China) uma em cada sete raparigas casa antes dos 15 anos. As filhas fazem frequentemente o mesmo.

As complicações associadas à gravidez são a principal causa de morte das meninas de 15 a 19 anos. As adolescentes são mais propensas a morrer no parto.

A educação cria o seu próprio ciclo. Segundo o Banco Mundial, uma criança permanece mais 4 a 6 meses na escola por cada ano completo de educação formal que a sua mãe recebeu.

Um ano adicional de escola primária pode aumentar o futuro rendimento de uma menina até 20%.

(In: Nathional Geograhic, edição portuguesa de Outubro)

Nas duas fotos, alunas e alunos do curso  de Engenharia Agro-Pecuária da Fundação das Universidades Portuguesas e da Universidade Nacional de Timor Lorosa'e, em Dili. 

As Pastagens Tropicais

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Pastagem natural sob ai-bubur mutin (Eucalyptus alba)  em Hera, no início da estação das chuvas (Foto:Rui Ramos)

As Pastagens Tropicais
Prof. José Eduardo Mendes Ferrão

32ª Reunião de Primavera da Sociedade Portuguesa de Pastagens e Forragens

Escola Superior Agrária de Coimbra, 27-29 de Abril de 2011





I- Aspetos preliminares da produção de pastagens e forragens nos trópicos



Na circulação geral da atmosfera nas regiões tropicais verifica-se que:

-O sol está todo o ano perto da vertical do lugar provocando um maior aquecimento geral;

- Há uma inflexão das curvas isotérmicas na vertical de baixo para cima pelo aquecimento do ar;

- Há uma subida do ar quente e progressivo abaixamento da temperatura que provoca chuvas, por ser ultrapassada a capacidade do ar em manter mais humidade;

- Há a criação de um «vazio» ao nível da terra provocando a chamada de massas de ar de norte para sul no hemisfério norte e de sul para norte no hemisfério sul provocando ventos que no hemisfério norte são se nordeste para sudoeste no hemisfério norte e de sudoeste para nordeste no hemisfério sul devido ao movimento de circulação da terra em volta do seu eixo. Estes ventos são chamados alísios;

- No hemisfério norte estas massas de ar circulam sobre os oceanos carregando-se de humidade e nessas condições chegam às regiões tropicais, onde a humidade relativa é geralmente muito alta e assim a subida das massas de ar provocada pelo aquecimento, como se refere, provoca chuvas abundantes.

-Nas camadas superiores da atmosfera das regiões tropicais formam-se ventos divergentes, frios e secos que podem ultrapassar a zona intertropical e normalmente são barrados pelas formações anticiclónicas das zonas temperadas. Essas massas de ar têm movimento descendente e vão substituir as massas dos ventos alísios. Ao descerem de altitude vão aquecendo e provocando uma diminuição da humidade relativa. Nas regiões atingidas por estas massas de ar, não chove ou chove pouco



As condições ecológicas, no que se refere às temperaturas e intensidade e distribuição das chuvas, partindo do Equador para os Trópicos, vão variando gradativamente e os seus reflexos na vegetação são sensíveis, provocando vários tipos de associações vegetais que se interpenetram nas regiões de contacto.



Nas proximidades do Equador as temperaturas ao nível do mar são quase sempre superiores a 20º C e as quedas pluviométricas são elevadas e distribuídas em quase todo o ano, embora com intensidades diferentes conforme a posição do sol no seu movimento aparente. Estas são as características gerais de um clima equatorial a que corresponde a chamada floresta higrófila, floresta sempre verde ou floresta equatorial (os brasileiros chamam-lhe a floresta onde o homem nunca pôs o pé) que se caracteriza por uma vegetação densa de acesso difícil com uma vegetação muito variada desde árvores de elevado porte que chegam a ultrapassar 60 m de altura cujas copas formam o andar superior. Seguem-se árvores de porte mais baixo por vezes com plantas trepadeiras, depois outras ainda mais baixas, arbustos e finalmente ervagens formado o tal conjunto de difícil acesso.



À medida que nos afastamos do Equador vamos encontrar duas estações no ano, uma mais quente e chuvosa correspondente ao período em que o sol está mais perto da vertical do lugar e outra menos quente e menos chuvosa ou mesmo seca quando sol se encontra mais afastado da vertical do lugar. Nestas condições, a vegetação, ainda dominantemente arbórea, é muito menos densa, as árvores são de menor porte, têm ramificação mais baixa, as copas são mais extensas tendendo para o semiesférico ou em forma de umbela, as plantas arbustivas e ervas aparecem com maior dominância e é relativamente fácil entrar nestas associações vegetais para nelas instalar actividades agrícolas ou de criação de gado.



Caminhando progressivamente para norte no hemisfério norte e para sul no hemisfério sul a partir do Equador, as árvores cada vez são de menor porte e mais raras passando progressivamente a dominar as ervagens. Assim se segue a chamada savana com algumas árvores, a savana onde os «capins» são marcadamente dominantes, depois uma vegetação de espinhosas quando as quedas pluviométricas começam a ser mais escassas, depois as condições subdeséticas com as plantas xerofíticas entre as quais ao catos espinhosos e finalmente os desertos correspondentes às zonas de ventos descendentes, como se referiu onde as chuvas são muito escassas e muito concentradas.



As áreas de deserto, correspondentes às massas de ar que descem das camadas superiores da atmosfera, aquecendo correspondem aos chamados «anéis desérticos» que no hemisfério norte correspondem ao Sara em África, ao desertos da Arábia e às montanhas rochosas na América do Norte e no hemisfério sul ao deserto de Calari em África, ao centro da Austrália e às zonas secas da Argentina.



As zonas mais aptas para a agricultura, salvo algumas exceções, localizam-se nas zonas de savana ou de savana com algumas árvores, aquilo que nalguns países de expressão portuguesa se chama a «mata de panda» ou «mata B. B. B. (por serem dominantes espécies dos géneros Berlinia, Brachystegia e Combretum).



II- Criação de gado ou pastorícia e Pecuária



Erva e palavão branco (Eucalyptus alba): um importante ecossistema da costa norte de Timor (foto:Rui Ramos).

Nos trópicos são actividades distintas, embora possam ocasionalmente ser exercidas pelo mesmo agente. Criação de gado típica ou pastorícia é um tipo de exploração da vegetação existente, por animais que pastam livremente e que a aproveitam como entendem. Os animais vivem quase livremente em grandes áreas deslocando-se à procura das plantas que mais lhes agradam, limitando-se o proprietário a intervir quase só para retirar animais para venda. O animal depende para a sua sobrevivência exclusivamente da pastagem natural onde a intervenção do homem é nula ou quase nula O gado é vigiado por um pastor que muitas vezes tem apenas uma ideia vaga do número de animais que possui, dispersos em áreas consideráveis. Os animais, para viverem nestas condições, têm que estar adaptados a elas e assim, entre outras características, devem ser animais pequenos com pernas altas para se poderem movimentar com facilidade e ultrapassar os obstáculos que vão encontrar na área da pastagem e destinados fundamentalmente à produção de carne. Os animais apresentam ciclos de aumento e diminuição de peso ao longo do ano, conforme as disponibilidades de pastagem, relacionadas como regime das chuvas.

Na pecuária há integração dos animais na agricultura. O seu proprietário é o agricultor. Os animais comem resíduos da actividade agrícola, pastos semeados, por vezes em regime estabulado ou livre durante o dia, mas abrigando-os durante a noite e os estrumes são incorporados nos terrenos agrícolas. Os animais poder ser de pernas curtas de grande corpulência, mais sensíveis ao meio tropical por estarem protegidos parcialmente dos seus inconvenientes e orientados para a produção de carne ou de leite.



Entre estas duas situações estremas, podem encontrar-se formas intermédias que se aproximam mais do primeiro ou do segundo tipo de exploração referidos.

Assim na criação de gado podem instalar-se bebedouros, tanques carracicidas, circundar as pastagens em talhões de pastoreio intermitente, colher uma parte da pastagem nos períodos em que ela é mais abundante para fenar servindo o feno como complemento da alimentação nos períodos do ano com maior carência de alimentos, ou cultivar plantas apropriadas para fenar, com o mesmo objectivo.

Búfalos em Metinaro (Foto:Augusto Lança) 

Como regra nas regiões tropicais os pastos têm essencialmente por base plantas da família das gramíneas com várias outras espécies e as primeiras são frequentemente rizomatosas podendo assim rebentar nos anos seguintes, mesmo que a parte aérea seja destruída pelo pastoreio ou pelas «queimadas». Para a actividade agrícola estas plantas são difíceis de extirpar e a introdução de equipamento mecânico pode agravar a dificuldade na medida em que dividindo os rizomas em pedaços a operação está a fazer a multiplicação destes «capins»

Alguns destes «capins» só são palatáveis nos primeiros tempos após a rebentação e enquanto não endurecem. Se os animais tiverem alimento em excesso na pastagem, muitas destas plantas crescem livremente, endurecem e chegam a atingir grande altura e os colmos ficam duros muito grossos alguns deles como canas. Nestas condições os animais deslocam-se com dificuldade e os pastos na estação seguinte passam a ser ainda menos bem aproveitados. A solução é recorrer à queimada a que nos referiremos mais adiante e que se for bem conduzida não ocasiona grandes males.



As caraterísticas das pastagens de acordo com a composição florística e na mesma latitude vai-se modificando à medida que se sobe em altitude em consequência da benignidade do clima e pelo aumento das quedas pluviométricas.

Assim, no litoral, normalmente mais seco encontram-se os chamados pastos doces, nas zonas de altitude os pastos amargos e nas situações intermédias os pastos mistos que se aproximam mais dos primeiros ou dos segundos consoante a altitude em que se encontram.

De acordo com Scott que se dedicou a este aspecto sobretudo na África do Sul enumeram-se as caraterísticas principais de uns e outros



Pastos doces (sweetveld):

-Uma cobertura graminosa que se mantêm palatável e nutritiva ao longo do ano, mesmo que se encontre na fase de frutificação

-Ricos em arbustos comestíveis e de bom valor nutricional

-Aparecem nas baixas altitudes em zonas não atingidas pelas geadas

-Aparecem em zonas com quedas pluviométrias baixas e irregulares

-Têm uma cobertura graminosa escassa e baixa capacidade bovina por unidade de superfície

-São muito sensíveis quando pastados durante a fase de crescimento

-Têm tendência para o desenvolvimento de arbustos espinhosos

-É difícil o corte dos fenos por forte invasão de arbustos e gramíneas fortes

-São de difícil utilização quando estão na fase de crescimento e os fenos podem apodrecer no terreno durante as chuvas.


Uma vacada em Laga (Baucau) ao meio dia. Veja-se a extrema importância da sombra para o conforto dos animais. Com bem estar produzem mais leite e mais carne. (Foto: Augusto Lança)

Pastos amargos ou pastos acres (sourveld):

-A pastagem é constituída principalmente por ervas «amargas» só palatáveis durante a fase de crescimento mas durante esse tempo são muito valiosas

-Aparecem nas zonas de altitude onde o clima é mais fresco

-As quedas pluviométricas situam-se entre 650 e 1500 mm e as forragem apresenta um crescimento regular e abundante

- Se não existir uma mata, a cobertura vegetal é normalmente densa

- Estes pastos podem ser pastados intensivamente

- Estes pastos praticamente não têm árvores ou arbustos comestíveis

- Alguns destes pastos podem ser ceifados para fenar mas nem sempre se pode usar equipamento mecânico por causa da irregularidade do terreno, da presença de árvores dispostas irregularmente ou de pedras.

- A pastagem tem muito boas caraterísticas logo a seguir ao aparecimento das chuvas mas deficientes no fim desta estação porque a forragem torna-se muito grosseira e pouco palatável





Pastos mistos (mixed veld)

-Têm sempre uma parte da pastagem palatável ao longo de todo o ano

-As quedas pluvioméricas situam-se entre 400 e 800mm.

-A pastagem é densa e o encabeçamanto maior que nos pastos doces

-Resistem mais à destruição que os pastos doces e menos que os pastos amargos

-Alguns tipos, principalmente nas zonas de transição para os pastos doces podem ser invadidos por arbustos

-São moderadamente ricos em espécies arbóreas ou arbustivas comestíveis

-Nalguns casos é possível cortar o pasto, noutros isso não é possível.

-A necessidade de alimentos suplementares na estação seca é reduzida, desde que a pastagem seja orientada racionalmente





Pastos arbóreos- Nas áreas de savana com algumas árvores ou em regiões sub- desérticas podem existir árvores cuja folhagem seja comestível pelos animais. Os casos são muito frequentes. Algumas destas árvores não perdem a folhagem durante a estação seca e assim constituem um poderoso complemento da alimentação dos animais nos períodos mais ecos do ano O valor deste complemento é tanto maior quanto a forragem é mais pobre ou o clima é mais desfavorável à presença de alimentos em continuidade durante todo o ano. As acácias e o mutiate, entre muitas outras, são plantas muito frequentes nestas zonas de pastagens tropicais





III- A gestão das pastagens na criação de gado típica



No seu aspecto mais simples, muito ligado a grandes disponibilidades de áreas próprias ou concessionadas, os animais pastam e deslocam-se livremente consumindo as plantas que mais lhe agradam. Uma modificação deste sistema envolve a construção de cercas limitando as propriedades para que os animais não se dispersem por terras contíguas onde a posse dos animais pode ser contestada. A pastagem é mal aproveitada, os animais deslocam-se a distâncias maiores perdem peso, a parte da pastagem não consumida pode constituir uma espécie de barragem à deslocação dos animais. Entretanto a pastagem vai-se degradando na sua composição florística. As plantas mais tenras são consumidas muitas vezes antes de produzirem semente que as reproduziria na estação das chuvas seguinte e como a maioria não tem sistema radicular persistente, vão desaparecendo. A pastagem de pouco a pouco vai endurecendo e perdendo valor nutritivo e pode tornar-se inutilizável pelos animais por dificuldades de deslocação e empobrecimento do seu valor nutricional. Principalmente nos pastos amargos quando os animais não aproveitam completamente a pastagem os «capins» endurecem e podem constituir embaraço para a circulação dos animais. Nestes casos é vulgar recorrer-se a uma queimada controlada que destrói esta vegetação (caniços) sem afectar grandemente o solo. Ao mesmo tempo «desinfeta-se» o terreno de parasitas dos animais como as carraças aparecendo assim como medida sanitária. Além disso, o calor incidindo no solo e nas partes subterrâneas das plantas (rizomas ou raízes tuberosas) permite uma rebentação precoce e assim se pode reduzir o efeito da falta de pasto na estação seca já que os animais têm pastagem nova mais cedo.





IV -Situações de transição entre a criação de gado e a pecuária, tal como foram acima consideradas



Na criação de gado típica podem introduzir-se «melhoramentos» visando uma melhor utilização, sem deixar de ter como base a pastagem natural.



1- A Cerca - Quando numa região existem várias explorações com este mesmo objectivo, para além da demarcação da propriedade, pode fazer-se uma cerca para os animais não saírem do espaço da propriedade ou da concessão.



2- A Compartimentação da pastagem -A pastagem pode ser compartimentada em talhões mais ou menos extensos consoante o número de animais e as características da pastagem. Os animais permanecem no mesmo compartimento até comerem toda a pastagem o que por um lado tira melhor partido dos recursos e por outros evita que ela com o temo se torne inaproveitável pelos animais e estes só voltarão a este compartimento quando nele a forragem estiver reconstituída. Os animais vão assim passando de uns talhões para outros e neles permanecendo o tempo necessário para o seu aproveitamento total. È certo que nas primeiras fases os animais utilizarão melhor as plantas de que mais gostam mas a sua permanência no mesmo local obriga-os a utilizar as plantas que numa primeira desprezaram.



3- A constituição de talhões de reserva a usar se por qualquer motivo algum dos talhões deixar de reunir as condições desejáveis sendo então substituído no esquema de utilização por aquele que se tem como reserva.



4- A constituição de talhões para fenação destinados a suplementar a alimentação com os fenos aí produzidos. Muitas vezes colhe-se o feno nos talhões acima referidos de pastagem quando as disponibilidades de alimento são superiores às necessidades. O corte para fenação deve ser feito com as plantas na fase de floração ou de maturação das sementes. A suplementação com fenos realiza-se principalmente na época seca.



5- A distribuição de bebedouros. Muitas vezes estas áreas de pastagem não têm fontes de água facilmente acessíveis aos animais obrigando-os a passar sede ou a percorrerem grandes distâncias para beberem, provocando tanto uma situação como outra, uma perda de peso dos animais. Os bebedouros, convenientemente distribuídos, podem fazer ultrapassar estes inconvenientes mas é necessário acompanhar este sistema pois os animais tende a concentrar-se nas proximidades dos bebedouros e provocar um pastoreio exagerado nas redondezas e mesmo a desagregação do terreno por pisoteio.



6- Tanques carricidas -Os animais no sistema de criação de gado referido estão mais sujeitos a ataques de pragas e doenças, as primeiras atingindo principalmente a pele e mucosas com as carraças de diferentes espécies e moscas e moscardos que colocam os ovos no corpo dos animais. Podem construir-se tanques carricidas, normalmente junto das fontes de água, onde os animais são mergulhados em água com um pesticida apropriado dissolvido. Estes tanques têm a forma geralmente retangular, os animais entram neles por um plano inclinado e são obrigados a atravessar o tanque até a saída no lado oposto de tal forma que todo o corpo é mergulhado no líquido. Por isso os tanques devem ter a profundidade apropriada que na sua parte mais funda ultrapasse a altura dos animais ficando todo o corpo mergulhado durante alguns segundos. Com os animais arrastam parte do líquido quando saem dos tanques é necessário de quando em vez restituir o nível do líquido e ou juntar pesticida.



7- Abrigos – nalgumas regiões onde as noites são mais frias, principalmente no período mais seco podem constituir-se abrigos para recolher os animais durante a noite. Esses abrigos devem ser simples e baratos e muitas vezes são feitas as paredes com fardos de palha ou de feno que durante esse período mais seco e com menos forragem vão comendo como suplemento e um cobertura simples por vezes uma armação de madeira da região coberta com ramos de árvores. Estes «currais» devem ter um parque anexo vedado onde os animais possam movimentar-se e fazer os seus dejectos e por isso revestidos de mato. O material destes pátios é depois utilizado na fertilização de prados se eles forem construídos.



8- Prados regados -Quando, como é frequente as áreas de pastagem são atravessadas por cursos de água, é possível semearem-se prados artificiais com leguminosas ou gramíneas apropriadas para dar como suplemento aos animais quer verdes quer fenados.



De pouco a pouco o sistema vai-se aproximando da pecuária, tal como a definimos.



9- Os abrigos do sol - Muitas vezes estas pastagens existem e são exploradas em savanas com algumas árvores e mesmo nos outros casos pode haver uma ou outra árvore da área da pastagem. Essas árvores devem ser conservadas e podem ser um excelente complemento de resistência dos animais ao calor e por isso se juntam nas horas mais quentes à sombra destas árvores. Algumas delas dão frutos ou sementes comestíveis que os animais consomem enquanto descansam e se defendem do sol e nesse caso as árvores desempenham dupla função.



10- A «resementeira»- Em muitas grandes concessões de pastagem, por vezes ultrapassando 100 000 ha, recorre-se ao lançamento de sementes por via aérea quando a pastagem está muito adulterada quer pela variação acentuada da composição florística, quer pela rarefação da pastagem.

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Leucena em terraços para dar ao gado na estação seca numa encosta de Dare (Foto:Augusto Lança)


V- Os animais apropriados para a pastorícia



A ideia que um cidadão de um país das zona temperadas foi criando para um animal de alta vocação para a produção de carne em sistema de pecuária intensiva é, sob o ponto de vista zootécnico um cilindro de pernas curtas, massas musculares volumosas e tenras, principalmente nos quartos posteriores e pequena percentagem de gordura. O animal para viver em sistema de pastorícia tem de ter características diferentes, entre as quais obedecer aos princípios gerais seguintes:



1- Capacidade de tolerância ao calor medida pela expressão seguinte:



Cap. Tol. Cal. (CTC)= 100-(temp. do corpo-101)

Em que a temperatura do corpo é medida em graus F quando ao animal está exposto à acção direta da luz solar num dia em que a temperatura se mantenha a 85ºF. (c.a. 30ºC.). Com regra geral as raças europeias não são as indicadas para viver nos trópicos.



2 –Os animais adaptados aos trópicos têm um número mais elevado de glóbulos vermelhos no sangue



3- Os animais adaptados aos trópicos tem uma quantidade mais elevada de glândulas sodoríparas.



4- Os animais adaptados aos trópicos devem ter grande tolerância à sede pois podem ficar vários dias sem poderem beber e manterem um elevado grau de apetite. Os animais adaptados devem perder menos água pelas fezes e pela urina



5- Os animais adaptados aos trópicos devem suportar grandes períodos de fome. É muito frequente os animais das regiões subáridas acumularem gordura sob a forma de bolas de gordura de apreciáveis dimensões na região da cauda durante os períodos de alimentação mais abundante para utilizarem nos períodos de carência de alimentos.

6- Os animais adaptados aos trópicos devem reunir um conjunto de caraterísticas morfológicas:

1-Pigmentação da pele- Os animais das zonas tropicais de baixa altitude devem ter uma pigmentação da pele clara para refletirem os raios caloríficos e nas zonas de altitude onde é mais de temer o efeito dos raios ultravioletas, a pigmentação da pele deve ser escura.

2-Espessura da pele- As peles espessas são mais resistentes aos ataques das carraças e as feridas saram mais facilmente mas a dispersão do calor é mais difícil. A pele fina «treme» mais facilmente mobilizada pelos respetivos músculos e é mais irrigada à superfície, permitindo uma dispersão do calor mais fácil. O animal defende-se das moscas e de outros insetos voadores que lhe sugam o sangue, o irritam, o obrigam a manter-se em movimento, a perder o apetite e a gastar energia.

3- A pelagem deve ser constituída por pelos direitos e brilhantes formando uma camada lisa e luzidia que funciona com espelho e reflete os raios caloríferos. A pelagem espessa, constituída por pelos retorcidos e baça não é favorável à irradiação do calor.

4- Exigência quanto à qualidade dos alimentos -Os animais têm de ser pouco exigentes quanto à qualidade dos alimentos que consomem. Com frequência têm de se servir de alimentos grosseiros, comer folhas e rebentos das árvores e desenterrar órgãos subterrâneos.

5-Conformação- Um animal para ser submetido ao sistema de pastorícia deve::

5.1- Ser pequeno para se poder movimentar melhor

5.2- Ter membros altos para melhor fugir dos seus inimigos e atravessar obstáculos diversos que se encontram nos terrenos da pastagem.

5.3- Ter cauda comprida para afastar as moscas inoportunas

5.4- Ter cornos para melhor se defenderem dos outros animais e nas lutas entre eles. Mas os animais de cornos muito compridos ferem-se mais facilmente nos combates e têm maior dificuldade em se deslocar no emaranhado da vegetação arbustiva que é frequente em certos tipos de pastagens.





Abelhas de Timor - Bani Timor nian

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Timor foi sempre um grande produtor de mel e de cera. Estes produtos eram, com a madeira de sândalo, das principais mercadorias vendidas pelos timorenses aos estrangeiros que aportavam à ilha, incluindo os portugueses.
Enquanto em Portugal a abelha usada em apicultura pertence à espécie Apis melifera, em Timor é a abelha Apis dorsata que é explorada. Esta abelha elabora nas árvores as colónias características com forma de meia lua  que podemos ver nas fotos e não se adapta a viver em colmeias. A obtenção do mel e da cera é assim o resultado de um corajoso trabalho de subida às árvores, onde com a ajuda de fumo se recolhem os favos. Podemos dizer que esta espécie ainda não se conseguiu domesticar.
Mas há tentativas. Temos conhecimento que no Vietnam em algumas zonas se montam estruturas muito simples que consistem numa vara grossa montada nas extremidades em duas estacas cravadas no solo, uma com 2 m e outra com 1,2 m. A vara fica inclinada, e é depois untada com cera e algum mel. A esta vara encostam-se alguns ramos e bambus de modo a proteger os futuros favos do sol. Quando se recolhe o mel, corta-se unicamente a parte superior direita da meia lua, situada junto à vara. As abelhas continuam a viver na colónia e reconstroem a parte retirada. A face superior da vara, que fica virada para cima,  é aplanada de modo a ficar direita e favorecer o escorrer da água para o solo. 

Bani Timor-Leste nian pertense espécie Apis dorsata. Bani ne'e fuik tebes. Sira diferente bani iha Portugal katak pertense espécie Apis melifera.
(fotos da Dra.Anabela Sequeira)

O mel obtido é vendido em garrafinhas, perto das estradas e nos mercados.

Ai sukaer fuik ou tamarindeiro bravo

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Ai tarak , Ai sukaer fuik ou Tamarindeiro bravo (Pithecelobium dulce (Roxb.) Benth.)


Nome em inglês: Madras thorn, Manila tamarind.

Nome em indonésio: asam koranji

Nome espanhol : azabacha, chiminango

Ai tarak é uma árvore comum na costa Norte de Timor-Leste. Em Dili podemos encontrá-la nos quintais, nas ruas e nos jardins. Pode surgir espontaneamente, pois as suas sementes germinam facilmente. Dá-se bem em quase todos os solos, e nas zonas mais secas. O seu nome científico tem origem no grego - orelha (elobium) de macaco (pitecho) – e no latim : dulce (doce). Isto traduz o fato de as vagens produzidas pela árvore se assemelharem a alfarrobas espiraladas, e tal como estas, conterem no interior uma polpa doce muito saborosa. Os nomes em tétum significam quer árvore dos espinhos (tarak) ou tamarindeiro bravo (sukaer fuik).

A sua origem é a América Central, de onde se espalhou por todas as zonas tropicais, particularmente nas zonas costeiras. Cultiva-se na India e nas Filipinas. No sul dos Estados Unidos e no Havai adaptou-se tão bem que é considerada uma praga. Foram os espanhóis que levaram esta planta para a Ásia, nas suas viagens a partir das Américas.

Pithecelobium dulce pertence à família das leguminosas e à sub-familia Mimosoidea. Existem quase 200 espécies de Pithecelobium. As mais utilizadas pelo ser humano como alimento são P. dulce, P. flexicaule, P. lanceolatum, P. hymenaeofolium e P. unguis-cati.

O tamarindeiro bravo é uma árvore que pode atingir 20 m de altura. A sua casca é cinzenta e os ramos têm pequenos espinhos na base das folhas. Assinalaram-se plantas desprovidas de espinhos. Produz flores em pequenos capítulos esféricos com 1 cm de diâmetro, que se juntam por sua vez em panículas terminais de cor amarela ou branco-esverdeada. As folhas são caducas, mas a árvore aparenta estar sempre verde pois produz novas folhas no momento em que as mais velhas se desprendem. O fruto é uma vagem, que se vai enrolando conforme amadurece. Tem estrangulamentos bem marcados entre as sementes. Quando está madura, a vagem abre-se mostrando as sementes pretas brilhantes e uma polpa branca ou rosada à sua volta. Esta polpa é açucarada e comestível .

Esta leguminosa arbórea prefere os climas tropicais secos, com precipitações de 400 a 1650 mm. Ocorre em solos muito variados como nas areias e nas argilas. Nas montanhas pode-se encontrar esta planta até 1500 m de altitude. Tolera muito bem a salinidade , as altas temperaturas e vai bem mesmo nos solos muito pobres e aguenta-se bem mesmo com longos períodos sem chuva.

Ai sukaer fuik reproduz-se facilmente por sementes ou estacas. As sementes germinam muito rapidamente em 1 ou 2 dias. Tem um crescimento mais lento do que a leucena ( ai-café). A árvore é considerada muito resistente a pragas, doenças e outras adversidades, mas os vendavais podem derrubá-la com alguma facilidade pois as suas raízes são pouco profundas.

A folhagem pode conter até 29 % de proteína e só 17,5 % de fibra bruta. Os herbívoros consomem as folhas, as vagens, as sementes e os ramos novos e a árvore tem boa capacidade de rebentação. Deveria ser tentada a obtenção de linhas de plantas sem espinhos aproveitando as raras plantas que não os produzem.

Tem um papel ecológico importante na recuperação de solos degradados e na luta contra a desertificação devido à sua boa resistência à falta de água. Tem sido usada com esta finalidade no Sudão e no Sahel.

Pode-se usar com sucesso como sebe viva. A poda intensa provoca o aparecimento de mais espinhos, o que é adequado ao controlo dos animais.

A polpa do fruto é muito doce e bastante saborosa. As sementes podem ser comidas cruas ou depois de torradas. Na India são utilizadas também no caril.

A madeira é muito forte, flexível e durável. Usa-se por isso em construções e no fabrico de postes. O lenho é vermelho acastanhado e difícil de cortar.


Vagens de ai sukaer fuik mostrando as sementes e a polpa comestível (foto do autor)

Registam-se outras utilizações desta planta como seja árvore de sombra para as culturas. Devido à sua beleza usa-se igualmente como planta ornamental em jardins e avenidas. Quando se fazem cortes nos troncos surge uma goma de características semelhantes à goma arábica. As sementes acumulam lípidos que podem ser usados no fabrico de sabão e na alimentação humana. O bagaço que sobra da extração do óleo pode ser dado aos animais como fonte proteica.


Iha Dili Ita bele hetan facilmente ai sukaer fuik. Fini ai sukaer fuik fo abut lailais, no planta ne’e moris iha rai-laran oioin, mesmo se rai-maran. Ninia naran cientifiku katak “tilun ( elobium, lia-gregu) lekirauk ( pitecho, lia-gregu)nian midar (dulce, lia-latin)”.

Pithecelobium mae hosi Amérika Central (México) bainira ema-espanhol iha século XVI, lori ona fini ba Ásia. Agora ami bele hetan ai sukaer fuik iha hotu rejiaun tropical. Ema kuda ai ne’e especialmente iha India no Filipinas. Iha Estados Unidos no Havai ai sukair fuik hanessan planta aat tanba nia kari barak.

Pithecelobium dulce pertense família leguminosa no sub-familia Mimosoidea. Género ne’e kontein 200 espécie sira. Ai sai boot até 20 m altura. Ninia kulit kór malahuk no sanak ho tarak kiik besik ai-tahan. Ema hetan uitoan ai laho tarak. Ai-funan kiik tebes no halibur hanesan bola. Ai lakon ai-tahan maibe antes halo ai-tahan foun. Ai-fuan vagem ida, nebe’e hahu hurun kuandu tasak. Fini metan no aparese iha pasta mutin/kór-roza laran. Pasta ne’e diak atu han.

Leguminosa ne’e gosta klima maran, ho udan hosi 400 ba 1650 mm. Rai-laran diak ba Ai sukaer fuik diferente tebes. Iha foho ami bele hare nia até 1500 m . Ai ne’e hatudu tolerância ba rai-meer no rai-laran laho nutriente sira. Nia gosta rai-maran.

Ami bele multiplica ai tarak hosi sanak ka fini. Abut sai lalais loron ida ka rua. Ai forte tebes maibe ninia abut kiik ,nune bele monu ho anin boot.

Tahan iha 29% proteína no 17,5 % fibra bruta. Balada han tahan, ai-fuan, fini no sanak fohun. Ema bele multiplika ai laho tarak, tanba sira diak liu ba balada.

Ai sukaer fuik importante tebes atu aproveita rai-laran aat. Ema usa ai ne’e atubele aproveita rai-maran ho erosaun iha rai-Sudão no regiaun maran Sahel, iha Áfrika.

Ita bele usa Pithecelobium dulce ba halo lutu moris ka fatin-hela ba balada. Nia diak mós atu halo mahon ba kafé-hun.

Ema bele han fini afoin lalar ka matak. Iha rai-India ema usa fini ne’e atu halo karil. Fini iha barak mina diak atu halo sabaun ka mina atu han. Ai tarak-funit diak ba balada.

Ai ne’e toos tebes no mehan-kméak. Ai diak atu halo uma no riin.

Bainira Ita tuku ai-knotak mosu ai-been nebe’e Ita bele usa hanessan ritan.



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